Casas em série, construções temporárias e lotes vazios. Os subúrbios através da arte contemporânea.

Autores

  • Margarida Brito Alves DINÂMIA'CET-IUL

Palavras-chave:

Arte e Arquitectura, periferia, heterotopias

Resumo

Na arte do século XX é claramente identificável uma ampla transposição das tradicionais fronteiras entre diferentes categorias artísticas e, em particular, o desenvolvimento de transferências entre arte e arquitectura. Com efeito, o processo transgressivo iniciado pelas primeiras vanguardas foi recuperado e consolidado durante a segunda metade do século XX através das dinâmicas criadas pelas segundas vanguardas - nas quais podemos reconhecer uma deliberada convergência entre os campos convencionalmente estabelecidos pela arquitectura e pela produção artística. A partir dos anos 1950, definiu-se uma zona de contacto entre estas duas áreas: um território nebuloso, determinado não apenas por uma mútua influência, mas também pela partilha de um léxico tectónico. Num contexto determinado por deslizamentos entre diferentes media, e em articulação com as revisões do modernismo que começavam a emergir, foi então que a prática artística, de certo modo funcionando como uma heterotopia, se constituiu como um espaço de crítica, capaz de analisar, confrontar e problematizar a arquitectura. Ao revisitar e discutir os seu modos de operar, e questionar as suas soluções, até certo ponto, a arte expandiu o debate sobre a produção arquitectónica. Recuperando algumas das referências teóricas centrais que definem este processo, e partindo do trabalho de vários artistas, este artigo procura discutir os múltiplos modos através dos quais a arte contemporânea problematizou a expansão urbana e a periferia.

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Publicado

2017-03-02

Edição

Secção

Artigo de Dossier