O impacte morfológico dos Planos Diretores Municipais na agricultura urbana
O caso da Grande Lisboa
Palavras-chave:
agricultura urbana, Plano Diretor Municipal, solo urbano e rural, morfologia urbana, Grande LisboaResumo
Com o crescimento da população urbana, a humanidade enfrenta novos desafios em relação ao fornecimento urbano de alimentos. O planeamento urbano é fundamental para garantir o funcionamento sustentável dos diversos sistemas que operam no meio urbano, incluindo o sistema alimentar. No entanto, embora seja amplamente reconhecido que o planeamento urbano beneficiaria da integração da agricultura urbana, que atua na fase de produção do sistema alimentar, é menos claro quais são os impactes morfológicos dos instrumentos de planeamento no espaço urbano, em termos da agricultura urbana. Este artigo tenta colmatar esta lacuna, ao mesmo tempo que se concentra numa área específica de Portugal, Lisboa e o seu território circundante (Grande Lisboa). A abordagem metodológica proposta visa traçar a percepção da agricultura urbana pelos instrumentos de planeamento municipal (Planos Diretores Municipais) e identificar seu impacte nas soluções da agricultura urbana contemporânea. Conclui que a actual regulamentação do ordenamento do território da Grande Lisboa está especificamente orientada para as soluções morfológicas que privilegiam as utilizações da agricultura urbana ligadas ao lazer e às soluções estéticas, determinantes de soluções de design que visem o crescimento económico ou a diversidade ecológica.
Referências
—— (2014), “Lei n.o 31/2014,” Diário da República, I, 104(may), pp. 2988–3003.
AVAAL (n.d.), Associação para a Valorização Ambiental da Alta de Lisboa, https://avaal.wordpress.com/, accessed July 8, 2018.
Cabannes, Y., Raposo, I. (2013), “Peri-urban agriculture, social inclusion of migrant population and Right to the City: Practices in Lisbon and London,” City, 17(2), pp. 235–250.
Câmara Municipal de Almada (2013), Hortas de S. João, Costa da Caparica, Câmara Municipal de Almada, Almada.
—— (n.d.), “Hortas Municipais da Quinta do Texugo, Charneca de Caparica,” Câmara Municipal de Almada, Almada.
Câmara Municipal de Cascais (2015), “Revisão do Plano Director Municipal de Cascais - Aviso n.o 7212-B/2015,” Diario da República, II, 124(june), pp. 17450- (5)-17450- (63).
—— (2016a), Inauguração da Horta Associativa da Adroana.
—— (2016b), Plano de atividades e orçamento 2016, Cascais.
—— (2019), Cascais Ambiente, http://www.cascaisambiente.pt/pt, accessed January 11, 2019.
Câmara Municipal de Lisboa (2012), “Revisão do Plano Director Municipal de Lisboa - Aviso n.o 11622/2012,” Diário da República, II, 168(august), pp. 30275–30377.
Câmara Municipal de Loures (2015), “Revisão do Plano Director Municipal de Loures - Aviso N.o 6808/2015,” Diario da República, II, 117(june), pp. 16339–16391.
Câmara Municipal de Odivelas (2015), “Plano Director Municipal de Vila Odivelas - Aviso 10014/2015,” Diario da República, II, 171(september), pp. 25446–25500.
Câmara Municipal de Oeiras (2015), “Revisão do Plano Director Municipal de Oeiras - Aviso n.o 10445/2015,” Diário da Repúblicario da República, II, 179(september), pp. 26462–26480.
Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (1993), “Regulamento do Plano Director Municipal de Vila Franca de Xira,” Diario da República, (64), pp. 1260–1271.
—— (2009), “Revisão do Plano Director Municipal de Vila Franca de Xira - Aviso n.o 20905/2009,” Diário da Repúblicario da República, II, 224(november), pp. 46954–46995.
Cancela, J. (2014), A Agricultura urbana na operacionalização da estrutura ecológica municipal. O estudo de caso do Parque Agrícola da Alta de Lisboa, FAUL-IUL, Lisboa.
Cohen, N. (2014), “Policies to support Urban Agriculture: Lessons from New York and Detroit,” in: A. Viljoen, K. Bohn (eds.), Second Nature Urban Agriculture. Designing Productive Cities: Ten Years on from the Continuous Productive Urban Landscape (CPUL City) Concept, Routledge, London, pp. 138–145.
COST (2012), COST | Urban Allotment Gardens in European Cities - Future, Challenges and Lessons Learned, http://www.cost.eu/COST_Actions/tud/TU1201, accessed January 10, 2018.
Delgado, C. (2018), “Contrasting practices and perceptions of urban agriculture in Portugal,” International Journal of Urban Sustainable Development, 10(2), pp. 170–185.
DGT/MAAC, INE, PORDATA (n.d.), PORDATA - Densidade populacional, https://www.pordata.pt/Municipios/Densidade+populacional-452, accessed April 19, 2020.
Dion, C., Laurent, M. (2015), Demain, França.
Domingues, Á. (2019), “Our Environmental Built Context,” in: Science for Life - Environment, Energy and Health, INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, Porto.
Howard, E. (1902), Garden Cities of To-Morrow, 2014th ed., Project Gutenberg.
Incredible Edible Network (n.d.), Incredible Edible Todmorden | Pictures, http://incredibleediblenetwork.org.uk/, accessed December 17, 2017.
London Assembly Planning and Housing Committee (2010), “Cultivating the Capital: Food growing and the planning system in London,” London.
Lopes, R. (1990), Planeamento municipal e intervenção autárquica no desenvolvimento local, Escher, Lisbon.
Marques, T.S. (2002), Dinâmicas territoriais- Portugal na transição do século XX-XXI, Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Mélice Dias, A. (2018), The Shape of Food: An analysis of urban agricultural shapes in Lisbon’s Greater Area; Socializing with Food: Paredes’ Pedagogical Horta, ISCTE-IUL.
Mélice Dias, A., Marat-Mendes, T. (2018), “Formas urbanas contemporâneas: O caso das hortas urbanas nos municípios de Cascais e Lisboa,” in: PNUM 2018 A Produção Do Território: Formas, Processos, Desígnios, Porto, pp. 176–191.
Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas (2009), “Decreto-Lei n.o 73/2009,” Diário da República, I, 63(march), pp. 1988–2000.
Ministério do Ambiente Ordenamento do Território e Energia (2015), “Decreto-Lei n.o 80/2015,” Diário da República, I, 93(may), pp. 2469–2512.
Ministério do Equipamento do Planeamento e da Administração do Território (1999), “Decreto-Lei n.o 380/99,” Diário da República, I-A, 222(september), pp. 6590–6622.
Ministérios da Qualidade de Vida da Administração Interna e da Habitação Obras Públicas e Transportes (1982), “Decreto-Lei n.o 208/82,” Diário da República, I, 208(may), pp. 1402–1407.
Morgan, K. (2014), “The new urban foodscape,” in: A. Viljoen, K. Bohn (eds.), Second Nature Urban Agriculture. Designing Productive Cities: Ten Years on from the Continuous Productive Urban Landscape (CPUL City) Concept, Routledge, London, pp. 18–23.
Pothukuchi, K., Kaufman, J.L. (2000), “The food system: A stranger to the planning field,” Journal of the American Planning Association, 66(2), pp. 113–124.
Presidência do Conselho de Ministros (2020), “Resolução do conselho de Ministros n.o 7-B/2020 - Ratificação do PDM de Sintra,” Diário da República, I, 36(february), pp. 3946–3949.
Reynolds, R. (2008), “The Movement,” in: On Guerrilla Gardening: A Handbook for Gardening without Boundaries, 1st ed., Bloomsbury Publishing Plc, London.
Viljoen, A., Bohn, K. (2014), “Urban agriculture on the map: Growth and challenges since 2005,” in: André Viljoen, K. Bohn (eds.), Second Nature Urban Agriculture. Designing Productive Cities: Ten Years on from the Continuous Productive Urban Landscape (CPUL City) Concept, Routledge, London, pp. 6–11.
Vitiello, D., Brinkley, C. (2014), “The Hidden History of Food System Planning,” Journal of Planning History, 13(2), pp. 91–112.
(2014), Milan Urban Food Policy Pact, Milan.
World Health Organization (n.d.), Global Health Observatory (GHO) data, https://www.who.int/gho/urban_health/situation_trends/urban_population_growth_text/en/, accessed June 20, 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Cidades, Comunidades e Territórios by DINÂMIA'CET-IUL is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Proibição de realização de Obras Derivadas 4.0 Unported License.Permissions beyond the scope of this license may be available at mailto:cidades.dinamiacet@iscte.pt.