Araguaína/TO: cidade e discurso na Amazônia Brasileira

O caso do Espaço Cultural Agnaldo Borges Pinto

Autores

Palavras-chave:

Meio urbano, discurso, amazônia

Resumo

Analisamos a construção do “Espaço Cultural Agnaldo Borges Pinto”, na cidade de Araguaína/Tocantins, com base em teorizações de Orlandi (1999) e Ultramari (2019). Vamos pensar que a construção desse espaço está em função da “ordem do discurso urbano”, produzindo disputas e “organização” para a cidade de Araguaína. Recorremos a duas revistas institucionais, editadas pela Prefeitura de Araguaína: “Prestando contas à comunidade” (2000) e “Araguaína – História e atualidade” (2000), bem como a registros nos principais portais jornalísticos da cidade entre os anos 2011 e 2020. Com base em tais registros, problematizamos o modo como esse espaço foi significado pela gestão municipal, sobretudo na maneira como houve circulação de sentidos, em âmbito local, sobre esse espaço. Recortamos trechos das revistas e dos sites, com a finalidade de trabalhar as designações e as adjetivações que, textual e discursivamente, significam a construção desse espaço. Com base nessas materialidades, pensamos nos efeitos da “ordem do discurso urbano”, no caso da cidade de Araguaína, tendo em vista a categoria “organização” sustentada, também, pelo que Villaça (2001) entende como espaço intra-urbano. As análises mostram que há uma discursividade institucionalizada em disputa, em tais revistas e portais, de que a construção e a conclusão da obra do “Espaço Cultural” integram um projeto que remete às problematizações em torno de espaços da mesma natureza tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo.

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Publicado

2021-06-23

Edição

Secção

Artigo