Uma análise de resiliência regional para o Vale do Paranhana/RS/Brasil

Autores

  • Alexandre Aloys Matte Junior Unisinos https://orcid.org/0000-0002-8083-5002
  • Gisele Spricigo Unisinos
  • Janaína Ruffoni Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Palavras-chave:

resiliência regional, Vale do Paranhana/Brasil, crise econômica estrutural, análise de indicadores

Resumo

O objetivo do artigo é analisar a situação dos últimos vinte anos da região do Vale do Paranhana/Rio Grande do Sul, localizada no sul do Brasil, e verificar se há um processo de resiliência regional. A contribuição teórica e empírica do trabalho consiste em analisar uma região com especialização produtiva de um país periférico, uma vez que a maioria dos estudos existentes é conduzida em contextos distintos do que se encontra num território com essas características. Para a condução do estudo, optou-se por caracterizar a região em relação a diversos indicadores socioeconômicos, como evolução da população, PIB, emprego, principais atividades econômicas e Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios que a compõem, analisando dados estatísticos secundários de bases oficiais. Após análise, verifica-se que a região demonstrou capacidade de resiliência até 2014, perceptível através da análise das bases de dados, e posterior declínio, bastante significativo em termos de empregos formais, estabelecimentos e PIB per capita, e depois esta tornou-se enfraquecida. Entende-se que a região do Vale do Paranhana conta com possibilidades de desenvolver capacidades que a tornem resiliente, apesar dos indicadores negativos apresentados. Contudo, uma compreensão mais assertiva sobre o Vale do Paranhana poderia ser obtida com a utilização também de dados primários, o que ressalta a necessidade de abordagem mista no estudo da resiliência regional.

Biografias Autor

Gisele Spricigo, Unisinos

Docente no PPG em Economia - Unisinos

 

Janaína Ruffoni, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Docente no PPG em Economia - Unisinos

Referências

Associação Brasileira Das Indústrias de Calçados – Abicalçados (2021). Relatório Setorial Indústria de Calçados 2020 e 2021. http://abicalcados.com.br/publicacoes/relatorio-setorial.

Atlas do Desenvolvimento Humano dos Municípios (2022). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/atlas-do-desenvolvimento-humano/atlas-dos-municipios.html.

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2020). Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. Departamento de Planejamento Governamental. 5a ed. Porto Alegre: Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/inicial.

Boschma, R. (2015). Towards an Evolutionary Perspective on Regional Resilience. Regional Studies, v. 49:5, p. 733-751. http://dx.doi.org/10.1080/00343404.2014.959481

Boschma, R. & Pinto, H. (2015). Territórios Resilientes – Introdução. In: Territórios Resilientes: Inovação e Criatividade para Novos Modos de Desenvolvimento Regional,1ª ed. Cambridge Scholars Publishing.

Bristow, G. & Healy, A. (2018). Innovation and regional economic resilience: an exploratory analysis. Ann Reg Sci, v. 60, p. 265–284. https://doi.org/10.1007/s00168-017-0841-6.

Calandro, M. L. & Campos, S. H. (2013). Arranjo Produtivo Local calçadista Sinos-Paranhana. Relatório I. Porto Alegre: FEE, 2013. Relatório do Projeto Estudo de Aglomerações Industriais e Agroindustriais no RS. https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2016/06/201606032-calcados-vale-do-rio-dos-sinos-relatorio-i.pdf.

Carvalho, L. (2018). Valsa brasileira. São Paulo: Todavia, 192p.

Carvalho, L. (2020). Interpretações sobre o Brasil Contemporâneo. Apostila do Adufrj-SSind – Curso de extensão. https://docero.com.br/doc/x1ne8e1.

Christopherson, S.; Michie, J. & Tyler, P. (2010). Regional resilience: theroretical and empirical perspectives. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 3, p. 3-10. https://doi.org/10.1093/cjres/rsq004

Courvisanos, J.; Jain, A. & Mardaneh, K. K. (2015). Economic Resilience of Regions under Crises: A Study of the Australian Economy. Regional Studies. http://Dx.Doi.Org/10.1080/00343404.2015.1034669.

Duschl, M. (2016). Firm dynamics and regional resilience: an empirical evolutionary perspective. Industrial and Corporate Change, p. 1–17. http://10.1093/icc/dtw031

Evenhuis, E. (2017). New directions in researching regional economic resilience and adaptation. Geography Compass.;11:e12333. https://doi.org/10.1111/gec3.12333.

Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – FAMURS. (2021) Associações. http://portal.famurs.com.br/associacoes

Galvão, C. A. (1999). Sistemas Industriais Localizados: O Vale do Paranhana - Complexo Calçadista do Rio Grande do Sul. Texto para discussão Nº 617. Textos para Discussão IPEA. Brasília. http://ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/TDs/td_0617.pdf.

González-Muzzio, C. (2013). El rol del lugar y el capital social en la resiliencia comunitaria posdesastre. Aproximaciones mediante un estudio de caso después del terremoto del 27/F. EURE, v.39, N. 117, p. 25-48. http://dx.doi.org/10.4067/S0250-71612013000200002.

Grunsven, L. & Hutchinson, F. E. (2017). The evolution of the electronics industry on Batam Island (Riau Islands Province, Indonesia): an evolutionary trajectory contributing to regional resilience? GeoJournal, v. 82, p. 475–492. https://doi.org/10.1007/s10708-015-9692-9.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2021). Cidades. https://cidades.ibge.gov.br.

Hassink, R. (2010). Regional resilience: a promising concept to explain differences in regional economic adaptability? Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 3, p. 45–58. https://doi.org/10.1093/cjres/rsp033.

Hiratura, C. & Sarti, F. (2017). Transformações na estrutura produtiva global, desindustrialização e desenvolvimento industrial no Brasil. Revista de Economia Política, vol. 37, nº 1 (146), pp. 189-207. http://dx.doi.org/10.1590/0101-31572016v37n01a10.

Holling, C. S. (1973). Resilience and stability of ecological systems. Annual Review of Ecology and Systematics. 4, 1–23. DOI:10.1146/annurev.es.04.110173.000245.

Hu, X. & Yang, C. (2019). Institutional change and divergente economic resilience: Path development of two resource-depleted cities in China. Urban Studies. p. 1–20. https://doi.org/10.1177/0042098018817223.

Mapa da Região do Paranhana, RS. (2017) http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1776564.

Martin, R. (2012). Regional economic resilience, hysteresis and recessionary shocks. Journal of Economic Geography, v. 12, pp. 1–32. https://doi.org/10.1093/jeg/lbr019.

Martin, R. & Sunley, P. (2015). On the notion of regional economic resilience: conceptualization and explanation. Journal of Economic Geography, v. 15, p. 1–42. https://doi.org/10.1093/jeg/lbu015.

Morais, R. T. (2012). Gestão Democrática como instrumento de planejamento estratégico regional: Estudo das experiências no Conselho Regional de Desenvolvimento Paranhana-Encosta da Serra. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Doutorado, Universidade de Santa Cruz do Sul.

Matte Jr, A. A.; Morais, R. & Sellito, M. (2016). Internacionalização de uma empresa calçadista por lojas fidelizadas: estudo de caso. Revista Geintec, São Cristóvão, V. 6, N.2, p. 2991-3004. http://www.revistageintec.net/index.php/revista/article/view/675/649.

Matte Jr., A. A.; Ruffoni, J. & Spricigo, G. (2021). Uma reflexão a respeito da resiliência regional evolucionária para regiões periféricas. In: Anais do V Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação, Blucher Engineering Proceedings, Volume 8, p. 1524-1544. http://dx.doi.org/10.1016/v-enei-723.

Nefke, F; Henning, M., & Boschma, R. (2011). How Do Regions Diversify over Time? Industry Relatedness and the Development of New Growth Paths in Regions. Economic Geography, v. 87(3), p. 237–265. http://dimetic.dime-eu.org/dimetic_files/Neffkeetal2011.pdf.

Pendall, R.; Foster., & Cowell, M. (2010). Resilience and regions: building understanding of the metaphor. Resilience and regions: building understanding ofthe metaphor. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 3, p. 71–84. https://doi.org/10.1093/cjres/rsp028.

Pinto, H. (2016). Resiliência da inovação e desenvolvimento regional: uma análise de redes de colaboração no Algarve. Anais do IX Congresso Português de Sociologia – Portugal, território de territórios, 6 a 8 de julho de 2016. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/48168/1/Resili%c3%aancia%20da%20inova%c3%a7%c3%a3o%20e%20desenvolvimento%20regional.pdf

Pinto, H. (2017, 17 de setembro). Pandemia e resiliência regional: Caminhos para a inovação em resposta à crise económica [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=0Yac1UQdmOY&feature=youtu.be, 2020

Pike, A.; Dawley, S., & Tomaney, J. (2010). Resilience, adaptation and adaptability. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 3, p. 59–70. https://doi.org/10.1093/cjres/rsq001.

Plechero, M.; Kulkarni, M.; Chaminade, C., & Parthasarathy, B. (2020). Explaining the past, predicting the future: the influence of regional trajectories on innovation networks of new industries in emerging economies. Industry and Innovation. https://doi.org/10.1080/13662716.2020.1780419.

Relação Anual De Informações Sociais – RAIS. Banco de dados Rais Estabelecimento e Vínculos (2021). https://bi.mte.gov.br/scripts10/dardoweb.cgi.

Rio Grande Do Sul – Secretaria Do Planejamento, Mobilidade E Desenvolvimento Regional. (2015). Perfil Socioeconômico COREDE Paranhana-Encosta da Serra. https://planejamento.rs.gov.br/upload/arquivos/201512/15134135-20151117103226perfis-regionais-2015-paranhana-encosta-da-serra.pdf.

Sensier, M.; Bristow, G., & Healy, A. (2016). Measuring Regional Economic Resilience across Europe: Operationalizing a complex concept. Spatial Economic Analysis. http://dx.doi.org/10.1080/17421772.2016.1129435.

Simmie, J. & Martin, R. (2010). The economic resilience of regions: towards na evolutionary approach. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 3, p. 27–43. https://doi.org/10.1093/cjres/rsp029.

Downloads

Publicado

2023-04-10