Relações entre rios e ferrovias nos processos de urbanização baseados na natureza
Palavras-chave:
urbanização baseada na natureza, processos de urbanização, ferrovias, cosmotécnica, rios como mediadores territoriais, tecnodiversidadeResumo
O ensaio explora as relações entre rios e ferrovias nos processos de urbanização, com ênfase na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em Minas Gerais. Destaca como os rios historicamente determinaram rotas naturais e influenciaram o estabelecimento humano devido à suavidade das trajetórias moldadas pela água. A ferrovia compartilha dessa lógica, exigindo trajetos com poucos desníveis, contornando elevações e respeitando os fluxos naturais, enquanto a rodovia introduz uma abordagem mais agressiva, atravessando morros e vales diretamente.
A análise histórica mostra quatro fases claras de urbanização em Minas Gerais: a navegação fluvial inicial; a abertura de estradas pelos colonizadores; a implantação das ferrovias no século XIX; e a subsequente expansão das rodovias no século XX. Ressalta-se como a ferrovia, alinhada à geografia natural dos rios, impulsionou um desenvolvimento territorial sustentável e integrado, enquanto as rodovias promoveram uma desconexão dos sistemas naturais, resultando em impactos ambientais negativos e perda da identidade cultural e territorial.
Especificamente, a ocupação colonial e a industrialização mineira são analisadas, ilustrando como o desenvolvimento ferroviário, com infraestrutura alinhada às bacias hidrográficas, promoveu conexões econômicas e urbanas eficazes. O artigo finaliza com uma crítica à decadência dos sistemas ferroviários e hidroviários, evidenciando a deterioração cultural e ambiental decorrente da priorização da expansão rodoviária, destacando a necessidade de resgatar práticas mais sustentáveis e integradas à paisagem natural.
Referências
Abreu, M. de A. (1999). Evolução urbana do Brasil. Instituto Pereira Passos.
Almeida, T. (2011). Berço de Ouro. Revista Mineração. https://revistamineracao.com.br/2011/11/01/berco-de-ouro/.
Arquivo Nacional. (2016). Estrada de Ferro D. Pedro II. http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/317-estrada-de-ferro-d-pedro-ii.
Brasil Escola. (n.d.). Mineração no Brasil Colonial. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/mineracao-no-brasil-colonial.htm.
Capra, F. (1996). The web of life: A new scientific understanding of living systems. Anchor Books.
CBH Rio das Velhas. (n.d.). História - CBH Rio das Velhas. https://cbhvelhas.org.br/historia/.
CDE Group. (n.d.). Mineração de Ouro de Aluvião. https://www.cdegroup.com/pt-br/aplicacoes/outras-aplicacoes/mineracao-e-minerio-de-ferro/mineracao-de-ouro-de-aluviao.
Constantino, N. R. T., Foloni, F. M., & Biernath, K. G. (2016). Rios e ferrovias: Conexões e identidade entre a cidade e a paisagem. In M. Enokibara, N. Ghirardello, & R. F. B. Salcedo (Eds.), Patrimônio, paisagem e cidade (pp. 59–82). ANAP - Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista. https://www.researchgate.net/publication/318140612_RIOS_E_FERROVIAS_CONEXOES_E_IDENTIDADE_ENTRE_A_CIDADE_E_PAISAGEM.
Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes – GEIPOT. (2001). Caminhos do Brasil. GEIPOT.
Fausto, B. (2013). História do Brasil. Edusp.
Ferraz, C. S., Abreu, L., & Scarpelini, J. (2009). Entre Rios [Vídeo]. SENAC-SP. https://vimeo.com/14770270.
G1. (2020, março 26). Minas do Ouro que Chamam Gerais. Minas 300 Anos. https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/minas-300-anos/noticia/2020/03/26/minas-do-ouro-que-chamam-gerais.ghtml.
Grandi, G. (2022). Transportes e planos de viação no Brasil Imperial. Revista USP, (132), 101–124. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i132p101-124.
Gregory, K. J., & Goudie, A. S. (Eds.). (2011). The SAGE handbook of geomorphology. SAGE Publications Ltd.
Governo do Estado de Minas Gerais. Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral. Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana. (1976). Plano de ocupação do solo da Aglomeração Metropolitana de Belo Horizonte. PLAMBEL.
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). (n.d.). História - Sabará (MG). http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1825/.
Instituto Estrada Real. (2012). Estrada Real: Caminhos, história e turismo. Belo Horizonte: Instituto Estrada Real. https://www.institutoestradareal.com.br
Kuhn, J. C. S., & Cymbalista, R. (2014). O Pátio do Colégio em São Paulo entre 1889 a 1972: Agentes, tensões e representações. URBANA: Revista Eletrônica do Centro Interdisciplinar de Estudos sobre a Cidade, 6(1), 34–56. https://www.researchgate.net/publication/320568449_O_patio_do_colegio_em_Sao_Paulo_entre_1889_a_1972_agentes_tensoes_e_representacoes
Moholy-Nagy, S. (1970). Urbanismo y sociedad: Historia ilustrada de la evolución de la ciudad. Blume.
Navarro, E. de A. (2013). Dicionário de Tupi Antigo: A língua indígena clássica do Brasil. Global.
Neves, O. R., & Camisasca, M. M. (2013). Aço Brasil: Uma viagem pela indústria do aço. Escritório de Histórias.
Oliveira, L. (2012, dezembro 8). Conheça o barco a vapor pioneiro das águas em Minas Gerais. Estado de Minas. https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/12/08/interna_gerais,335440/conheca-o-barco-a-vapor-pioneiro-das-aguas-em-minas-gerais.shtml.
Pereira, L. A. G., & Lessa, S. N. (2011). O processo de planejamento e desenvolvimento do transporte rodoviário no Brasil. Caminhos de Geografia, 12(40). Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia. http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html.
Projeto Manuelzão. (2015). A história da ocupação humana da Bacia do Rio das Velhas. Universidade Federal de Minas Gerais. https://manuelzao.ufmg.br/a-historia-da-ocupacao-humana-da-bacia-do-rio-das-velhas/.
Rangel, C. H. (2016, setembro). Barcos a vapor no Rio das Velhas e São Francisco. Proteus Educação Patrimonial. http://proteuseducacaopatrimonial.blogspot.com/2016/09/barcos-vapor-no-rio-das-velhas-e-sao.html.
Ribeiro, N. B. (2008). Os povos indígenas e os sertões das Minas do Ouro no século XVIII (Tese de doutorado, Universidade de São Paulo). Universidade de São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-24112009-160156/
Rolnik, R. (1997). A cidade e a lei: legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. Studio Nobel/Fapesp.
Sánchez, F. (2006). A cidade dos rios ausentes: urbanização e risco ambiental em São Paulo. Estudos Avançados, 20(56), 167–188. https://doi.org/10.1590/S0103-40142006000300012
Silva, R. M. (2014). A urbanização dos fundos de vale em Belo Horizonte: entre a canalização dos córregos e a construção de avenidas. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 16(1), 71–89. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2014v16n1p71
Thomas, J. A. (2021, 28 de abril). Pauliceia indígena: a vida entre aldeias e periferia em São Paulo. Mongabay Brasil. https://brasil.mongabay.com/2021/04/pauliceia-indigena-a-vida-entre-aldeias-e-periferia-em-sao-paulo/
Wikipedia. (n.d.). Luzia (fóssil). https://pt.wikipedia.org/wiki/Luzia_(fóssil).
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Marcelo Reis Maia

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Cidades, Comunidades e Territórios by DINÂMIA'CET-IUL is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Proibição de realização de Obras Derivadas 4.0 Unported License.Permissions beyond the scope of this license may be available at mailto:cidades.dinamiacet@iscte.pt.




