Berlim: espaço e etnicidade - a reconstrução simbólica do muro

Resumo

O artigo analisa os discursos de inclusão e exclusão relacionados a conteúdos, experiências e dinâmicas sociais e políticas que marcaram o processo de construção identitária de jovens alemães ocidentais e migrantes nascidos em Berlim após a queda do muro, num contexto de fronteiras abertas e refuncionalização do espaço urbano, bem como suas lutas pela integração social. Para os objetivos específicos deste artigo analisamos uma série de entrevistas com um jovem alemão ocidental e um jovem de origem turca nascido em Berlim. A construção flexível de inimigos demonstrou a centralidade da lógica étnica na apropriação cognitiva de suas condições de existência e na formação das suas estruturas de elaboração subjetiva de relações sociais.

O trabalho aqui apresentado é o resultado de um longo processo de pesquisa empírica qualitativa realizado entre 1988 e 1994 em Berlim, como parte dos requisitos para um doutoramento realizado no Instituto de Ciências Sociais da Universidade Livre de Berlim e concluído em 1997. A pesquisa original foi realizada entre 1988 e a queda do muro em 1989, através de uma série de entrevistas com jovens de ambos os sexos, entre os quais jovens alemães ocidentais e migrantes nascidos em Berlim e também jovens da Alemanha Oriental entre 1989 e 1994.