Hip-hop em Angola: O rap de intervenção social

Autores

  • Gilson Lázaro Universidade Agostinho Neto, Faculdade de Ciências Sociais, Av. Ho Chi Minh, nº 56, Bairro Alvalade, Quintalão do Kudua , Luanda
  • Osvaldo Silva Universidade Católica de Angola, Centro de Estudos e Investigação Científica, Rua Pedro de Castro Van-Dúnem, nº 24, Bairro Palanca, Luanda

Palavras-chave:

Angola, hip-hop, rap de intervenção social

Resumo

O artigo parte do argumento de que, enquanto um conjunto de estilos e formas culturais difundidos mundialmente a partir dos guetos afro-americanos de Nova Iorque dos anos 70 do século XX, o hip-hop obteve, em Angola, uma recepção e apropriação particulares. Para os jovens angolanos simpatizantes, a adaptação à realidade nacional daqueles estilos e formas culturais representou, a despeito do cálculo das consequências, um esforço de actualização e modernização da cultura nacional diante da emergência de um espaço público proporcionada pelo fim do regime monopartidário. Nesse contexto, o “rap de intervenção social”, produzido maioritariamente por jovens pertencentes às camadas sociais subalternas, vem assumindo-se como um instrumento artístico através do qual os rappers aliam a emancipação cultural ao exercício da participação política democrática.

Referências

Baxaxa. (2001). 27 de Maio. Projecto Afrontamento. Gravação independente.

Beti, M. (2000). A França contra a África: O regresso aos Camarões. Lisboa: Caminho.

Dread Joseph. (2001). Balumukeno [Single]. Gravação independente.

Dread Joseph & Jang Nômada. (2003). Fragmentos de liberdade. Mixtape Auto-liberdade [CD]. Masta K Produsons.

Fanon, F. (2010). Os condenados da terra. Minas Gerais: UFJF.

Ferreira, M. E. (1993/1994). Performance económica em situação de guerra: O caso de Angola (1975-1922). África, 16-17(1), 135-156.

Filhos da Ala Este. (1999a). Angola profunda. Bootleg [EP]. Gravadora independente.

Filhos da Ala Este. (1999b). Ideal de paz. Bootleg [EP]. Gravadora independente.

Filhos da Ala Este. (2010). Mãe Rússia. Politika pura sem mistura. Gravadora independente.

Filhos da Ala Este. (2010). Mais miséria, menos voz. Politika pura sem mistura. Gravadora independente.

Filhos da Ala Este. (1999c). Tempo da morte cruel. Bootleg [EP]. Gravadora independente.

Flagelo Urbano. (2009). Manifestação. Entre o tempo e a memória [CD]. Mad Tapes.

Gilroy, P. (2001). O atlântico negro. Modernidade e dupla consciência. São Paulo: Ed. 34.

Gilroy, P. (2007). Entre campos. Nações, cultura e o fascínio da raça. São Paulo: Annablume.

Guarato, R. (2008). Dança de rua: Corpos para além do movimento. Uberlândia, 1970-2007. Uberlândia: UDUFU.

Hobsbawm, E. (2001). A era dos extremos: O breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras.

Intelektu. (2010). Politrixx. Senso Clássico [CD]. Davocab.

Intelektu. (2010). Nuvem negra. Senso Clássico [CD]. Davocab.

Kid MC. (2010a). O Incorrigível. O Incorrigível [CD]. Mad Tapes.

Kid MC. (2010b). Lição. O Incorrigível [CD]. Mad Tapes.

Kool Klever. (2008). Nós somos. KoolTivar [CD]. Gravadora independente.

Lança, M. (2008). Luanda está a mexer! Hip hop underground em Angola. Ntama – Journal of African Music and Popular Culture [Online]. Acedido em 22 de Setembro, 2011, de http://www.uni-hildesheim.de/ntama/index.php?option=com_content&view=article&id=201:luanda-esta-mexer-hip-hop-underground-em-angola&catid=79:african-hip-hop&Itemid=39

Mc K. (2002a). Guerrilheiro do musseke. Trincheira de Ideias [CD]. Masta K Produsons.

Mc K. (2002b). A teknica, as causas e as consequências. Trincheira de Ideias [CD]. Masta K Produsons.

Mc K. (2011). Na fila do banco. Proibido ouvir isso [CD]. Masta K Produsons.

Messiant, C. (2004). As causas do fracasso de Bicesse e Lusaka. Uma análise crítica. Conciliation Resources, 15, pp. 16-23.

Moorman, M. (2008). Intonations – A social history of music and nation in Luanda, Angola, from 1945 to recent times. Ohio University Press.

Pestana, N. (2008). As dinâmicas da sociedade civil em Angola. Lisboa: Centro de Estudos Africanos. Acedido em 15 de Setembro, 2011, de http://hdl.handle.net/10071/7890

Pobres 100 Culpa. (2010). Um país do faça você mesmo [Single]. Gravação independente.

Revolucionário & Condutor. (2001). Radiografia da Miséria [Single]. Wawuti Música.

Samurai, K. (2010, 14 de Julho). Kiangola entrevista Samurai. Mad Tapes Online. Acedido em 17 de Agosto, 2010, de http://madtapes.blogspot.com.br/2009/07/kiangola-entre vista-samurai.html

Silver, J. (Director) (1984). Breakin’ [Video: VHS]. EUA: MGM Home Entertainment.

Tchilar. (2009, 3 de Julho). Programa, Televisão Pública de Angola (TPA), Angola.

Weza, J. (2007). O percurso histórico da música urbana luandense: Subsídios para a história da música angolana. Luanda: Edição do autor.

Ficheiros Adicionais

Publicado

2018-06-07