Vungu Téla Estudo da Música Santomense: Uma proposta de métodos, técnicas e objetivos

Autores

  • Magdalena Bialoborska Centro de Estudos Internacionais (CEI-IUL), Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Avenida das Forças Armadas, 1649-026 Lisboa, Portugal

Palavras-chave:

São Tomé e Príncipe, música santomense, musicologia africana, sociedade crioula

Resumo

A música de São Tomé e Príncipe, pequeno arquipélago situado a cerca de 300 km da costa ocidental de África, que alguns consideram ser uma sociedade crioula, é relativamente pouco conhecida. O circuito musical, tanto antigamente como atualmente, limita-se aos habitantes das ilhas e à diáspora santomense. O défice de fontes que se debruçam sobre os vários géneros musicais e também a música que acompanha os rituais, teatro, festividades é significativo. Adicionalmente, a execução da maioria dos géneros provenientes das ilhas é cada vez menos frequente. O presente artigo surge como a proposta de um estudo exaustivo da música santomense e tem como objetivo a apresentação de possíveis métodos e técnicas de recolha e análise de material musical, assim como a definição de etapas e objetivos desta pesquisa. Apresenta também uma possível classificação da música de São Tomé e Príncipe.

Referências

Agawu, K. (2001). An African understanding of African music. Research in African Literatures, 32(2), 187-194.

Akrofi, E. A. (2002). A profile of Kwabena Nketia. Scholar and music educator. Accra: Afram.

Almada, Vicente Pinheiro Lobo Machado de Mello e. (1884). As ilhas de S. Thomé e Principe (Notas de uma administração colonial). Lisboa: Typographia da Academia Real das Sciencias.

Amado, L. N. (2010). Manifestações culturais são-tomenses. Apontamentos, comentários, reflexões. São Tomé: UNEAS.

Ambrósio, A. (1992). O danço congo de São Tomé e as suas origens. Leba, 7, pp. 341-372.

Arom, S. (1991). African polyphony and polyrhythm. Musical structure and methodology (Trad. de M. Thom, B. Tuckett & R. Boyd). Cambridge: Cambridge University Press. (Obra original publicada em 1985)

Banks, M., & Morphy, H. (Eds.) (1999). Rethinking visual anthropology. New Haven & London: Yale University Press.

Baptista, A. (2001). Floripes negra. Coimbra: Cena Lusófona.

Barros, M. (1956). Folclore musical da Ilha de São Tomé (velhas danças, suas músicas e cantares). Conselho Científico para a África ao Sul do Sara, Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, 6ª sessão, V volume (pp. 101-112). São Tomé: Comissão de Cooperação Técnica na África ao Sul do Sara.

Blacking, J. (1973). How musical is man ? (The John Danz Lectures). Seattle & London: University of Washington Press.

Bragança, A. (2005). A música popular santomense. São Tomé e Príncipe: UNEAS.

Burtt, J., & Horton, W. C. (1907). Relatorio sobre as condições dos serviçaes negros empregados nas plantações de cacau de S. Thomé e Principe e os modos de os obter em Angola. [S.l.: s.d.].

Cadbury, W. A. (1910). Labour in Portuguese West Africa, second edition with an added chapter. London & New York: George Routledge and Sons & E.P. Dutton and Co.

Éboli, L. (2010). Identidade e memória cultural em São Tomé e Príncipe: O imaginário do danço congo na literatura dramática de Fernando de Macedo. Nonada Letras em Revista, 13(15), 129-144.

Gonçalves, C. F. (2006). Kab Verd Band. Praia: Instituto do Arquivo Histórico Nacional.

Harper, D. (2000). Reimagining visual methods: Galileo to Neuromancer. In N. K. Denzin, & Y. S. Lincoln, Handbook of qualitative research (2ª ed., pp. 717-732). Thousand Oaks: Sage.

Instituto Nacional de Estatísticas (INE). (2013). IV Recenseamento geral da população e habitação de 2012 (RGHP-2012). Apresentação para o Seminário de divulgação dos dados, São Tomé, 25 de setembro de 2012.

Kalewska, A. (2005). O Tchiloli de São Tomé e Príncipe a inculturação africana do discurso dramatúrgico europeu. Comunicação apresentada no 8º Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas, Santiago de Compostela, 18 a 23 de julho de 2005.

Kidula, J. N. (2006). Ethnomusicology, the music canon, and African music: Positions, tensions, and resolutions in the African academy. Africa Today, 52(3), 99-113.

DOI : 10.2979/AFT.2006.52.3.98

Knorr, J. (2010). Contemporary creoleness; or, the world in pidginization ? Current Anthropology, 51(6), 731-759.

Kubik, G. (1970). Natureza e estrutura de escalas musicais africanas. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, Centro de Estudos de Antropologia Cultural, Estudos de Antropologia Cultural, 3.

Kubik, G. (1998a). Central Africa: An introduction. In R. M. Stone (Ed.), The Garland encyclopedia of world music, vol. I (pp. 650-680). New York & London: Garland.

Kubik, G. (1998b), Intra-African streams of influence. In R. M. Stone (Ed.), The Garland encyclopedia of world music, vol. I (pp. 293-326). New York & London: Garland.

Matos, R. J. C. (1842). Corographia histórica. Ilhas de S. Tomé e Principe, Anno Bom e Fernando Pó. Porto: Typographia da Revista.

Merriam, A. P. (1964). The anthropology of music. Evanston: Northern University Press.

Nascimento, A. (2013). As fronteiras da nação e das raças em São Tomé e Príncipe. Varia Historia, 29(51), 721-743.

Negreiros, A. (1895). Historia etnographica da Ilha de S. Thomé. Lisboa: Antiga Casa Bertrand – José Bastos.

Nettl, B. (2005). The study of ethnomusicology: Thirty-one issues and concepts (2ª ed.). Champaign: University of Illinois Press.

Neves, R. C. (1995). Tchiloli de São Tomé. Identidade cultural numa nova nação africana. CIOE. Multicultural, 4.

Nketia, J. H. K. (1974). The music of Africa. New York: W. W. Norton.

Nketia, J. H. K. (1986). African music and western praxis: A review of western perspectives on African musicology. Canadian Journal of African Studies, 20(1), 36-56.

DOI : 10.2307/484694

Nketia, J. H. K. (1998). The scholarly study of African music: A historical review. In R. M. Stone (Ed.), The Garland encyclopedia of world music, vol. I (pp. 13-73.). New York & London: Garland.

Nketia, J. H. K. (2005). Ethnomusicology and African music (collected papers), vol. I: Modes of inquiry and interpretation. Accra: Afram.

Reis, F. (1969). Povô floga, o povo brinca. Folclore de São Tomé e Príncipe. São Tomé: Câmara Municipal de São Tomé.

Reis, F. (1970). A arte popular em São Tomé e Príncipe. In F. C. P. Lima, A arte popular em Portugal: Ilhas adjacentes e Ultramar (vol. 2, pp. 129-222). Lisboa: Verbo.

Reis, F. (1973). Folclore de São Tomé e Príncipe. Separata do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, 28(109).

Salvaterra, J. (2009). Mangungo. Mitos e cultura santomenses. São Tomé: Mecenas Embaixada do Brasil na República Democrática de S. Tomé e Príncipe.

Santo, C. E. (1998). A coroa do mar. Lisboa: Caminho.

Santo, C. E. (2001). Enciclopédia fundamental de São Tomé e Príncipe. Lisboa: Cooperação.

Seeger, A. (1998). Musical dynamics. In D. A. Olsen, & D. E. Sheehy (Eds.), The Garland encyclopedia of world music (pp. 66-77). New York & London Garland.

Seibert, G. (2002). Camaradas, clientes e compadres. Colonialismo, socialismo e democratização em São Tomé e Príncipe. Lisboa: Vega.

Tavares, M. J. (2005). Aspectos evolutivos da música cabo-verdiana. Praia: Centro Cultural Português.

Tenreiro, F. (1961). A Ilha de São Tomé. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar.

Tinhorão, J. R. (2007). O rasga. Uma dança negro-portuguesa. Lisboa: Caminho.

Valverde, P. (1998). Carlos Magno e as artes da morte: Estudo sobre o Tchiloli da Ilha de São Tomé. Etnográfica, II(2), 221-228.

Valverde, P. (2000). Máscara, mato e morte. Textos para uma etnografia de São Tomé. Oeiras: Celta.

Veiga, A. (2014, 21 abril). Crioulo cabo-verdiano é o segundo mais falado em São Tomé e Príncipe. Téla Nón. In http://www.telanon.info/cultura/2014/04/21/16179/crioulo-cabo-verdiano-e-o-segundo-mais-falado-em-sao-tome-e-principe/ (Acedido em 30 de setembro de 2014).

Wiggins, T. (2005). An interview with J. H. Kwabena Nketia: Perspectives on tradition and modernity. Ethnomusicology Forum, 14(1), 57-81.

DOI : 10.1080/17411910500089138

Ficheiros Adicionais

Publicado

2018-06-07