Agostinho Neto: O alquimista do MPLA, entre a rocha e o local duro

Autores

  • Nuno de Fragoso Vidal Centro de Estudos Internacionais do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa (CEI-Iscte)

DOI:

https://doi.org/10.15847/cea47.41472

Resumo

Em contraste com uma longa tradição de análise histórico-política que resiste em aceitar interpretações baseadas na capacidade dos sistemas políticos pós-coloniais em África de percorrerem o seu próprio caminho de acordo com a sua própria experiência histórica e de acordo com a capacidade das suas elites em perseguirem os seus próprios objetivos, este texto recorre ao caso angolano para expor como a administração do primeiro presidente, Agostinho Neto, foi capaz de se estruturar nos seus próprios termos, assimilando e acomodando os constrangimentos internos e externos. Analisa-se aqui como a administração de Agostinho Neto acabou por aderir ao socialismo e a uma retórica de esquerda, ao mesmo tempo que cultivava uma prática de direita em termos de economia política, gestão política e política externa. Como veremos, um tal feito é ainda mais surpreendente se considerarmos os constrangimentos extremos do contexto internacional e doméstico existente.

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Publicado

2025-05-02