Muros do Mediterrâneo: Notas sobre a construção de barreiras nas fronteiras de Ceuta e Melilla

Autores

  • Patrick Figueiredo Instituto de Ciências Sociais - Universidade de Lisboa

Palavras-chave:

fronteiras, muros, imigração, Europa, estigma

Resumo

Muitos casos materiais que configuram as fronteiras entre a União Europeia e a África merecem ser analisados. Apresentarei algumas considerações teóricas sobre as cercas que estão sendo construídas nos limites territoriais dos enclaves de Ceuta e Melilla, separando o continente europeu do território marroquino, e consequentemente, africano. Barreiras que delimitam a separação entre Estados-nação têm vindo a multiplicar-se em todos os continentes. Apesar da crescente liberalização do comércio e do incremento de discursos políticos que incentivam a liberdade de circulação, os países desenvolvidos também participam neste movimento de proliferação de barreiras que filtram o movimento de actores sociais. Encaixo a construção de barreiras nestes enclaves na constelação de aparelhos de segurança que caracterizam a nossa modernidade tardia.

Referências

Balibar, E. (2004). We, the people of Europe: Reflections on transnational citizenship. Princeton University Press.

Berg, E., & Piret, E. (2006). What kind of border regime is in the making? Towards a differentiated and uneven border strategy. Cooperation and Conflict, 41 (1), 53-71.

DOI : 10.1177/0010836706060935

Braudel, F. (1979). La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II. Paris: Armand Collin.

Brown, W. (2009). Murs: Les murs de séparation et le déclin de la souveraineté étatique. Paris: Les Prairies Ordinaires.

Calavita, K. (2005). Immigrants at the margins: Law, race and exclusion in Southern Europe. Cambridge University Press.

Comaroff, J., & Comaroff, J. (2000) Millennial capitalism and the culture of neoliberalism. Duke University Press.

DOI : 10.1215/9780822380184

Dieste, J. L. M. (2010). Melilla. Paradojas de la identidad en un espacio de frontera. In M. Ventura (Org.), Fronteras y mestizajes, sistemas de clasificación social en Europa, América y África (71-84). Barcelona: Publicacions d’Antropologia Social.

Driessen, H. (1992). On the Spanish-Moroccan frontier: A study in ritual, power and ethnicity. In B. Bender, J. Glendhill, & B. Kapferer (Eds.), Explorations in Anthropology Series. Oxford: Berg.

Elias, N. (1978). The civilizing process. Oxford: Blackwell.

European Commission. (2005). Technical mission to Morocco, visit to Ceuta and Melilla, on illegal immigration, 7th October - 11th October 2005. Bruxelas: Author.

Feldman-Bianco, B. (2002). Entre a “fortaleza” da Europa e os laços afetivos da “irmandade” luso-brasileira: Um drama familiar em um só ato. In C. Bastos, M. Vale de Almeida, & B. Feldman-Bianco (Orgs.), Trânsitos coloniais: Diálogos críticos luso-brasileiros (pp. 385-415). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Ferrer-Gallardo, X. (2008). The Spanish-Moroccan border complex: Processes of geo-political, functional and symbolic rebordering. Political Geography, 27, pp. 301-321.

Foucault, M (1976). Histoire de la sexualité: t. 1. La volonté de savoir. Paris: Gallimard.

Frois, C. (2008). A sociedade vigilante: Ensaios sobre identificação, vigilância e privacidade. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Hajjaji, T. (1986). Le phénomène de la contrebande au Maroc. Rabat: École Nationale de l’Administration Publique.

Hansen, P. (2004). In the name of Europe. Race and Class, 45 (3), 49-62.

Low, S. M. (2003). The edge and the center: Gated communities and the discourse of urban fear. In S. M. Low, M. E. Setha, & D. Lawrence-Zúñiga, The anthropology of space and place: Locating culture (pp. 387-407). Oxford: Blackwell Publishing.

Marks, T. A. (1976). Spanish Sahara, background to conflict. African Affairs, 75 (298), 3-13.

MIGREUROP (2004). SIVE: Blindage électronique des frontières espagnoles. Acedido em 21 Junho, 2010, de http://www.migreurop.org/article626.html

MIGREUROP (2009). El libro negro de Ceuta y Melilla. Acedido em 15 Junho, 2010, de http://www.migreurop.org/article1068.html?var_recherche=livre%20noir.

Mountz, A., et al. (2002). Lives in limbo: Temporary protected status and immigrant identities. Global Networks, 2 (4), 335-356.

DOI : 10.1111/1471-0374.00044

Roeder, P. G. (2003). Clash of civilizations and escalation of domestic ethnopolitical conflicts. Comparative Political Studies, 36 (5), 509-540.

DOI : 10.1177/0010414003036005002

Saddiki, S. (2009). Espagne, l’enjeu caché des clôtures de Ceuta et Melilla. Le Devoir, 26 de Outubro. Acedido em 21 Junho, 2010, de http://www.passpack.biz/international/europe/273592/espagne-l-enjeu-cache-des-clotures-de-ceuta-et-melilla.

Sahlins, M. (1999). What is anthropological enlightenment? Some lessons of the twentieth century. Annual Review of Anthropology, 28, i-xxiii.

Schmitt, C. (2008). Political theology. Cambridge: Polity Press.

DOI : 10.7208/chicago/9780226738901.001.0001

Sparke, M. (2006). A neoliberal nexus: Economic security and the biopolitics of citizenship of the border. Political Geography, 25 (2), 151-180.

DOI : 10.1016/j.polgeo.2005.10.002

Stanton, G. (1994). The play of identity: Gibraltar and its migrants. In J. Goddard, R. Llobera, & C. Shore, The anthropology of Europe: Identities and boundaries in conflict (pp. 173-190). Oxford: Berg Publishers.

Van Hotum, H., & Pijpers, R. (2005). Towards a gated community. Acedido em 15 Setembro, 2011, de Eurozine: http://www.eurozine.com/articles/2005-01-12-houtumpijpers-en.html

Wesseling, H. (2009). Les empires coloniaux européens (1815-1919). Paris: Gallimard.

Downloads

Publicado

2016-01-22