Deolinda Rodrigues, da Família Metodista à Família MPLA, o Papel da Cultura na Política

Autores

  • Margarida Paredes ISCTE - IUL, Lisboa, UFSC, Florianópolis

Palavras-chave:

Angola, protestantismo, luta de libertação, cultura política e género

Resumo

Este trabalho, fruto do diálogo com os textos da guerrilheira Deolinda Rodrigues, pretende questionar a possibilidade de um sistema cultural religioso identificado como protestantismo, berço das elites nacionalistas angolanas, ter dado origem no caso de um dos seus ramos, o da família metodista, a outro sistema de referência que funciona no quadro de um movimento nacionalista que alguns denominam família MPLA. O objecto desta reflexão é iluminar algumas das pistas para a possível origem desta cultura de família e pensar que identidade é esta, como se construiu, que tipo de práticas sociais e culturais a produziram, o que representa a sua expressão política e que significados daí se podem extrair.

Referências

Alves, Carlos Alberto (2000). Angola – As missões religiosas e os nacionalistas, 1961-1975. Tese de Mestrado, História de África, FL da UL (não publicada).

Appadurai, Arjun (1996). Dimensões culturais da globalização. Lisboa, Teorema.

Butler, Judith (2003). Problemas de género. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

Carreira, Iko (1996). O pensamento estratégico de Agostinho Neto. Lisboa, Publicações Dom Quixote.

Carvalho, Ruy Duarte de (1989). Ana a Manda. Os filhos da rede. Lisboa, IICT.

Chakrabarty, Dipesh et al. (2005). “Histórias de minorias, passados subalternos”, in Sanches, Manuela Ribeiro (org.), Deslocalizar a Europa. Lisboa, Cotovia, 209-230.

Comaroff, Jean (1985). Body of power, spirit of resistance. The culture and history of a South African people. Chicago, University of Chicago Press.

Fanon, Frantz (2008 [1952]). Pele negra, máscaras brancas. Salvador, EDUFBA.

Gandhi, Leela (2006). Affective communities. Anticolonial thought and the politics of friendship. Delhi, Permanent Black.

Kassembe, Dia (1997). Angola, femmes sacrées, insoumises et rebelles. Paris, L’Harmattan.

Landau, Stuart (1995). The realm of the word: Language, gender, and Christianity in a Southern African kingdom. Portsmouth, Heinemann.

Lara, Lúcio (1998). Um amplo movimento. Luanda, Litotipo.

Leite, Ilka Boaventura (1996). “Descendentes de africanos em Santa Catarina: Invisibilidade histórica e segregação”, in Leite, Boaventura Ilka (org.), Negros no sul do Brasil: Invisibilidade e territorialidade. Florianópolis, Letras Contemporâneas, 33-53.

Mabéko-Tali, Jean-Michel (2001). Dissidências e poder de Estado: O MPLA perante si próprio (1962-1977). Luanda, Nzila.

McClintock, Anne (1995). Imperial leather: Race, gender and sexuality in the colonial context. London, Routledge.

Messiant, Christine (2008 [1983]). L’Angola postcolonial. Vol. 2. Sociologie politique d’une oléocratie. Paris, Karthala.

Messiant, Christine (2000). ”Prefácio”, in Schubert, Benedict, A guerra e as Igrejas, Angola 1961-1991. Suíça, P. Schelettwein Publishing, 1-16.

Moorman, Marissa (2007). “Musseques music’s masculinity and maquis marriages: Reflections on gender and nation in late colonial Angola”, communication presented to the 50th Meeting of the African Studies Association (não publicada).

Ortner, Sherry (1995). “Resistance and the problem of ethnographic refusal”, Society for Comparative Studies of Society and History, 37 (1), 173-193.

Peterson, Derek e Walhof Darren (1969). The invention of religion. Rethinking belief in politics and history. Edited by Derek Peterson and Darren Walhof.

Rocha, Edmundo (2009). Angola: Contribuição ao estudo da génese do nacionalismo moderno angolano, período de 1959 a 1964. Lisboa, Dinalivro.

Rodrigues, Deolinda (2004). Cartas de Langidila e outros documentos. Luanda, Nzila.

Rodrigues, Deolinda (2003). Diário de um exílio sem regresso. Luanda, Nzila.

Sarlo, Beatriz (2007). Tempo passado, cultura da memória e guinada subjectiva. Belo Horizonte, UFMG e Companhia das Letras.

Scott, Catherine V. (1994). “Men in our country behave like chiefs”, in Tétreault, Mary Ann et al., Women and revolution in Africa, Asia, and the New World. South Carolina, University of South Carolina Press, 89-109.

Stanley, Brian (2003). Missions, nationalism, and the end of empire. Cambridge, William B. Eerdmans Company.

Thompson, E.P. (1998). Costumes em comum. São Paulo, Companhia das Letras.

Vieira, Luandino (2006). De rios velhos e guerrilheiros. O livro dos rios. Lisboa, Caminho.

Downloads

Publicado

2016-02-04