D’une mémoire coloniale à une mémoire du colonial. La reconversion chaotique du Musée Royal de l’Afrique Centrale, ancien musée du Congo Belge
DOI:
https://doi.org/10.4000/cea.1207Palavras-chave:
Musée Royal de l'Afrique Centrale, mémoire collective, Congo BelgeResumo
Até muito recentemente, o Museu Real da África Central, na Bélgica, uma instituição nacional outrora dedicada a propaganda colonial, continuava a fornecer uma narrativa pública da realidade congolesa e africana muito marcada pelo seu contexto colonial de criação. O estudo da sua renovação em curso — um processo que começou no início do século XXI — permite-me considerar o papel complexo da materialização oficial da memória belga do colonialismo: à vez, mas também simultaneamente, fornece e é produzido pelos quadros sociais da memória que funcionam na sociedade belga. O artigo lida com o longo sono do museu e a sua última evolução, recolocando-o no contexto científico, política e social do actual ricochete geral da memória do passado colonial no país. A análise do processo de reforma desta instituição (incluindo uma investigação da espectacular exposição temporária denominada «Memoória do Congo. A Era Colonial», que teve lugar em 2005) salienta a emergência de um projecto político e museológico que procura criar uma memória una e fortalecida do colonialismo na Bélgica — uma memória que, na sua concepção, deve ser partilhada com o povo congolês e é vista como uma promessa de relacionamento produtivo e próximo com a antiga colonia. O artigo lida com as expressões e os limites de uma abordagem tão determinada da memória.
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