«Eu escapei num caixão». Recordando o Trabalho Forçado Angolano desde os anos de 1940
DOI:
https://doi.org/10.4000/cea.1214Palavras-chave:
Portuguese colonialism, Angola, social memory, forced laborResumo
O trabalho forçado em Angola no período colonial era infame pela sua crueldade, mesmo entre os regimes coloniais em África. Como resultado da guerra civil, no entanto, pouca pesquisa tem sido feita que explore como os antigos trabalhadores recordam a sua servidão em história partilhadas e narrativas orais. Recolher essas memórias é crucial para a historiografia angolana porque a última geração de trabalhadores forçados (da década de 1950) está a morrer em números crescentes. Baseada num projecto extensivo de história oral, conduzido pelo autor nas províncias de Benguela, Huambo e Bié (Fevereiro-Junho 2006), este artigo analisa como os trabalhadores forçados angolanos recordam a sua servidão e recontam as suas diversas estratégias para sobreviver, incluindo histórias pessoais de fuga e a codificação da resistência em canções. Além de documentar e analisar modos de expressão comuns entre as suas memórias, este artigo argumenta que a natureza de género dos seus regimes de trabalho determina (e diferencia) as memórias dos homens e das mulheres quase um meio século depois.
As memórias do colonialismo são também complicadas devido ao sofrimento tremendo dos anos da guerra civil, e o fracasso da Angola independente realizar muitas das expectativas geradas pela independência. Este texto argumenta que as realidades actuais influenciam como e de que forma os trabalhadores recordam o trabalho forçado e o colonialismo português.
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