Preparação Militar na Europa
O Poder Estratégico da Fragmentação
DOI:
https://doi.org/10.47906/ND2025.171.04Palavras-chave:
Defesa Europeia, Autonomia Estratégica, Capacidades Militares, Transformação DigitalResumo
Este artigo versa a preparação militar europeia perante a sua fragmentação estrutural, propondo que essa diversidade possa ser
transformada em vantagem estratégica. A partir da experiência ucraniana, destaca-se a emergência de uma “trindade digital” – governo, povo e forças armadas – como motor de inovação. A ausência de uma estratégia genética europeia é compensada pelas estratégias estruturais e operacionais sob a tutela da NATO e da União Europeia (UE), mas sem coerência sistémica. Propõe-se a institucionalização de clusters flexíveis, missões nacionais de estudo e a criação de uma rede de unidades militares encarregadas de conduzir campanhas de experimentação, sob a orientação da Agência de Defesa Europeia, tendo em vista a formação de um Corpo Europeu de Sistemas Não Tripulados. A Europa deve abandonar o paradigma industrial e adotar uma abordagem digital, modular e interoperável, capaz de enfrentar ameaças híbridas e de competir tecnologicamente com potências globais. A fragmentação, se bem gerida, poderá ser o catalisador de uma nova arquitetura de segurança europeia.