A Vertente Europeia-Continental e a Vertente Atlântico-Global na Política Externa Portuguesa
Resumo
No presente artigo, propomo-nos analisar as vertentes europeia-continental e atlânticoglobal na política externa portuguesa. Começamos por fazer uma breve retrospectiva evolutiva, identificando três grandes modelos de inserção internacional de Portugal, que correspondem a momentos históricos específicos. Seguidamente, detemo-nos nos vectores de modernização e compensação, associando o primeiro vector à matriz europeia-continental e o segundo à atlântico-global. Argumentamos, nomeadamente, que um deve ser indissociável do outro, sob pena da política externa portuguesa ser reduzida a uma condição cada vez mais periférica pelo que poderá perder relevância. Por último, reflectimos sobre as condições de afirmação de Portugal no mundo, destacando elementos incontornáveis como a projecção da língua, a ligação ao mar e a vocação universalista do povo português, chamando a atenção para a necessária adaptação da nossa diplomacia ao novo contexto de acção externa do Estado, que pressupõe uma articulação coerente e equilibrada entre as dimensões política, económica e cultural.