Sépsis neonatal tardia a Streptococcus do grupo A - um agente improvável
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v28.i1.14558Palavras-chave:
proteína M estreptocócica, sépsis neonatal, Streptococcus pyogenesResumo
Sépsis neonatal tardia por Streptococcus do grupo A é uma entidade rara, com mortalidade elevada. É descrito o caso de um recém-nascido do sexo feminino, com 14 dias de vida, que recorreu ao Serviço de Urgência por recusa alimentar e hiporreatividade. Este tinha nascido às 36 semanas de gestação, tendo a gravidez, parto e período neonatal decorrido sem intercorrências. Entre os exames realizados destacamse a contagem leucocitária de 18.100/mm3 com 81% de neutrófilos, proteína C-reativa de 13.6 mg/dL, e exame sumário de urina, exame citoquímico do líquor e radiografia torácica sem alterações. Por isolamento de Streptococcus do grupo A na hemocultura, o recém-nascido cumpriu dez dias de ampicilina. A cultura do líquor e urocultura foram negativas. Foi pesquisada a presença de antigénio de Streptococcus do grupo A na orofaringe em todos os conviventes, sendo positiva numa prima com dois anos.
O Streptococcus do grupo A raramente é descrito como agente de sépsis neonatal e a sua transmissão na comunidade através de um portador deve ser considerada. Com este caso, pretende reforçar-se a importância das medidas de prevenção da infeção nos cuidados de puericultura no domicílio.
Downloads
Referências
- Dong Y, Speer CP. Late-onset neonatal sepsis: recent developments. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2015; 100(3):257-63.
- Stoll B, Hansen N, Fanaroff A, Wright L, Carlo W, Ehrenkranz R et al. Late-Onset Sepsis in Very Low Birth Weight Neonates: The Experience of the NICHD Neonatal Research Network. Pediatrics. 2002; 110(2):285-291.
- Miyairi I, Berlingieri D, Protic J, Belko J. Neonatal invasive group A streptococcal disease: case report and review of the literature. Pediatr Infect Dis J. 2004;23(2):161-165.
- Verboon-Maciolek M, Krediet T, Ertbruggen I, Fleer A. Severe neonatal group A streptococcal disease. Eur J Pediatr. 2000; 59 (6): 450-452.
- World Health Organization. The Current Evidence for the Burden of Group A Streptococcal Diseases. Discussion papers on Child Health. Department of Child and Adolescent Health and Development, 2005.
- Camacho-Gonzalez A, Spearman P, Stoll B. Neonatal Infectious Diseases: Evaluation of Neonatal Sepsis. Pediatr Clin North Am. 2013; 60(2): 367–389.
- Alvarez M, Amarillo J. Neonatal invasive infection due to Streptococcus pyogenes in La Habana, Cuba. A report of 10 cases. Rev Panam Infectol. 2008; 10(1):50-53.
- Saito R, Kerr-Liddell R, Paul S. Late onset neonatal sepsis caused by group A streptococcus. Br J Hosp Med. 2017; 78(3): 170-171.
- Martic J, Mijac V, Jankovic B, Kandolf L, Vasiljevic Z, Vuksanovic J. Neonatal cellulitis and sepsis caused by group A streptococcus. Pediatr Dermatol. 2010; 27(5):528 – 530.
- Diagnóstico e Tratamento da Otite Média Aguda na Idade Pediátrica. Norma da Direção -Geral da Saúde 007/2012.
- Cohen J, Bertille N, Cohen R, Chalumeau M. Rapid antigen detection test for group A streptococcus in children with pharyngitis. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2016.
- Downie L, Armiento R, Subhi R, Kelly J, Clifford V, Duke T. Community-acquired neonatal and infant sepsis in developing countries: efficacy of WHO’s currently recommended antibiotics - systematic review and meta-analysis. Arch Dis Child. 2013; 98:146-154.
- Fuchs A, Bielicki J, Mathur S, Sharland M, Anker JN Van Den. Antibiotic Use for Sepsis in Neonates and Children: 2016 Evidence Update. WHO-Reviews. 2016.
- Seale A, Davies M, Anampiu K, Morpeth S, Nyongesa S, Mwarumba S et al. Invasive Group A Streptococcus Infection among Children, Rural Kenya. Emerg Infect Dis. 2016; 22(2):224-232.
- Karaky N, Araj G, Tokajian S. Molecular characterization of Streptococcus pyogenes group A isolates from a tertiary hospital in Lebanon. J Med Microbiol. 2014; 63 (9):1197-1204.
- Luca-Harari B, Darenberg J, Neal S, Siljander T, Strakova L, Tanna A et al. Clinical and Microbiological Characteristics of Severe Streptococcus pyogenes Disease in Europe. J Clin Microbiol. 2009 ;47(4):1155-1165.
- Broyles L, Van Beneden C, Beall B, Facklam R, Shewmaker P, Malpiedi P et al. Population‐Based Study of Invasive Disease Due to β‐Hemolytic Streptococci of Groups Other than A and B. Clin Infect Dis. 2009; 48(6):706-712.
- McNeilly C, McMillan D. Horizontal gene transfer and recombination in Streptococcus dysgalactiae subsp. equisimilis. Front Microbiol. 2014; 5:676.
- O‘Neill S, Clarke E, Peeters Grietens K. How to protect your new-born from neonatal death: Infant feeding and medical practices in the Gambia. Women's Stud Int Forum. 2017; 60:136-143.
- World Health Organization, United Nations Children’s Fund. Caring for the newborn at home - Caring for newborns and children in the community. Geneva, Switzerland: WHO and UNICEF, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright e Direitos dos Autores
Todos os artigos publicados na Revista Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal rege-se pelos termos da licença Creative Commons "Atribuição - Uso Não-Comercial - (CC-BY-NC)"".
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc. de outras publicações.
Juntamente com a submissão do artigo, os autores devem enviar a Declaração de conflito de interesses e formulário de autoria. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons.