Neofobias Alimentares – importância na prática clínica
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v22.i3.10648Palavras-chave:
neofobias alimentares, “educação do gosto”Resumo
Objetivo: Revisão da evidência científica do tema Neofobias Alimentares (NA), focando os aspetos mais importantes da sua aplicação na prática clínica.
Métodos de revisão: Pesquisa bibliográÞ ca da literatura em Inglês e Português, de Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2012 através da Medline/Pubmed, sítios de Medicina Baseada na Evidência e livros de texto de Fisiologia.
Resultados: O termo NA define-se como uma relutância na aceitação de novos sabores. O gosto por certos alimentos é um processo complexo que se inicia no útero, continua com o aleitamento e permanece pela vida fora. Embora exista inß uência de fatores genéticos, estes podem ser inß uenciados por exposições precoces e repetidas aos diferentes sabores, o que irá modular o paladar e diminuir o risco de patologias futuras, nomeadamente obesidade infantil. A janela para habituação aos sabores é estreita e a rejeição de alimentos introduzidos após os quatro anos é maior. A aceitação de um novo sabor até aos cinco anos necessita frequentemente de 10 a 15 exposições repetidas. As emoções, aspetos sociais e processos digestivos, são fatores influenciadores da aquisição do gosto.
Conclusões: As preferências gustativas são muito estáveis e podem durar toda a vida, pelo que devemos dar uma especial atenção às crianças e pais no processo de “educação do gosto”. Ao dar à criança alguns alimentos preferidos juntamente com os novos alimentos e ao manter a calma para as neofobias temporárias, talvez seja a chave para o desenvolvimento das preferências gustativas. Reforços negativos, nomeadamente pressões, devem ser evitados, devendo-se valorizar os reforços positivos.
Downloads
Referências
Guyton A, Hall J. Tratado de Fisiologia Médica, 10ª ed. Guanabara
Koogan; 2002. Cap. 53. p. 571 -4.
Garcia -Bailo B, Toguri C, Eny KM, El -Sohemy A. Genetic variation
in taste and its inß uence on food selection. OMICS A
Journal of Integrative Biology 2009; 13:69 -80.
Feeny E, O´Brien S, Scannell A, Markey A, Gibney E.R. Genetic
variation in taste perception: does it have a role in healthy
eating? Proc Nutr Soc 2011; 70:135 -43.
Mennella JA, Pepino MY, Reed DR. Genetic and environmental
determinants of bitter perception and sweet preferences.
Pediatrics 2005; 115:e216 -e222 .
Reed DR, Tanaka T, McDaniel AH. Diverse tastes: Genetics of
sweet and bitter perception. Physiol Behav 2006; 88:215 -26.
Mennella JÁ, Jagnow CP, Beauchamp GK. Prenatal and
postnatal ß avor learning by human infants. Pediatrics 2001;
:88 -93.
Beauchamp GK, Mennella JA. Flavor perception in human
infants: development and functional signiÞ cance. Digestion
; 83:1 -6.
Stein LJ, Cowart BJ, Beauchamp GK. Salty taste acceptance
by infants and young children is related to birth weight:
longitudinal analysis of infants within the normal birth weight
range. Eur J Clin Nutr 2006; 60:272 -9.
Gregory JE, Paxton SJ, Brozovic AM. Maternal feeding
practices predict fruit and vegetable consumption in young
children - Results of a 12 -month longitudinal study. Appetite
; 57:167 -72.
Forestell CA, Mennella JA. Early determinants of fruit and vegetable
acceptance. Pediatrics 2007; 120:1247 -54.
Galloway AT, Lee Y, Birch LL. Predictors and consequences
of food neophobia and pickiness in young girls. J Am Diet
Assoc 2003; 103:692 -8.
Schwartz C, Issanchou S, Nicklaus S. Developmental changes
in the acceptance of the Þ ve basic tastes in the Þ rst year
of life. Br J Nutr 2009; 102:1375 -85.
Williams KE, Paul C, Pizzo B, Riegel K. Practice does make
perfect - A longitudinal look at repeated taste exposure. Appetite
; 51:739 -42.
Yeomans MR, Gould NJ, Mobini S, Prescott J. Acquired ß avor
acceptance and intake facilitated by monosodium glutamate
in humans. Physiol Behav 2008; 93:958 -66.
Galloway AT, Fiorito LM, Francis LA, Birch LL. ’Finish your
soup’ - Counterproductive effects of pressuring children to eat
on intake and affect. Appetite 2006; 46:318 -23.
Batsell WR, Brown AS, AnsÞ eld ME, Paschall GY. You will eat
all of that! - A retrospective analysis of forced consumption
episodes. Appetite 2002; 38:211 -9.
Butte N, Cobb K, Dwyer J, Granely L, Heired W, Rickard K.
The start healthy feeding guidelines for infants and toddlers.
J Am Diet Assoc 2004; 104:442 -54.
Addessi E, Galloway AT, Visalberghi E, Birch LL. Speci-
Þ c social inß uences on the acceptance of novel foods in
–5 -year -old children. Appetite 2005; 45:264 -71.
Salvy SJ, Vartanian LR, Coelho JS, Jarrin D, Pliner P. The
role of familiarity on modeling of eating and food consumption
in children. Appetite 2008; 50:524 -8.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright e Direitos dos Autores
Todos os artigos publicados na Revista Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal rege-se pelos termos da licença Creative Commons "Atribuição - Uso Não-Comercial - (CC-BY-NC)"".
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc. de outras publicações.
Juntamente com a submissão do artigo, os autores devem enviar a Declaração de conflito de interesses e formulário de autoria. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons.