Neofobias Alimentares – importância na prática clínica

Autores

  • Ana Isabel Silva USF Nova Salus – ACES Grande Porto VIII
  • Andreia Teles S. Pediatria, U. Neonatologia e U. Endocrinologia-Nutrição, CH Vila Nova de Gaia-Espinho

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v22.i3.10648

Palavras-chave:

neofobias alimentares, “educação do gosto”

Resumo

Objetivo: Revisão da evidência científica do tema Neofobias Alimentares (NA), focando os aspetos mais importantes da sua aplicação na prática clínica.

Métodos de revisão: Pesquisa bibliográÞ ca da literatura em Inglês e Português, de Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2012 através da Medline/Pubmed, sítios de Medicina Baseada na Evidência e livros de texto de Fisiologia.

Resultados: O termo NA define-se como uma relutância na aceitação de novos sabores. O gosto por certos alimentos é um processo complexo que se inicia no útero, continua com o aleitamento e permanece pela vida fora. Embora exista inß uência de fatores genéticos, estes podem ser inß uenciados por exposições precoces e repetidas aos diferentes sabores, o que irá modular o paladar e diminuir o risco de patologias futuras, nomeadamente obesidade infantil. A janela para habituação aos sabores é estreita e a rejeição de alimentos introduzidos após os quatro anos é maior. A aceitação de um novo sabor até aos cinco anos necessita frequentemente de 10 a 15 exposições repetidas. As emoções, aspetos sociais e processos digestivos, são fatores influenciadores da aquisição do gosto.

Conclusões: As preferências gustativas são muito estáveis e podem durar toda a vida, pelo que devemos dar uma especial atenção às crianças e pais no processo de “educação do gosto”. Ao dar à criança alguns alimentos preferidos juntamente com os novos alimentos e ao manter a calma para as neofobias temporárias, talvez seja a chave para o desenvolvimento das preferências gustativas. Reforços negativos, nomeadamente pressões, devem ser evitados, devendo-se valorizar os reforços positivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Guyton A, Hall J. Tratado de Fisiologia Médica, 10ª ed. Guanabara

Koogan; 2002. Cap. 53. p. 571 -4.

Garcia -Bailo B, Toguri C, Eny KM, El -Sohemy A. Genetic variation

in taste and its inß uence on food selection. OMICS A

Journal of Integrative Biology 2009; 13:69 -80.

Feeny E, O´Brien S, Scannell A, Markey A, Gibney E.R. Genetic

variation in taste perception: does it have a role in healthy

eating? Proc Nutr Soc 2011; 70:135 -43.

Mennella JA, Pepino MY, Reed DR. Genetic and environmental

determinants of bitter perception and sweet preferences.

Pediatrics 2005; 115:e216 -e222 .

Reed DR, Tanaka T, McDaniel AH. Diverse tastes: Genetics of

sweet and bitter perception. Physiol Behav 2006; 88:215 -26.

Mennella JÁ, Jagnow CP, Beauchamp GK. Prenatal and

postnatal ß avor learning by human infants. Pediatrics 2001;

:88 -93.

Beauchamp GK, Mennella JA. Flavor perception in human

infants: development and functional signiÞ cance. Digestion

; 83:1 -6.

Stein LJ, Cowart BJ, Beauchamp GK. Salty taste acceptance

by infants and young children is related to birth weight:

longitudinal analysis of infants within the normal birth weight

range. Eur J Clin Nutr 2006; 60:272 -9.

Gregory JE, Paxton SJ, Brozovic AM. Maternal feeding

practices predict fruit and vegetable consumption in young

children - Results of a 12 -month longitudinal study. Appetite

; 57:167 -72.

Forestell CA, Mennella JA. Early determinants of fruit and vegetable

acceptance. Pediatrics 2007; 120:1247 -54.

Galloway AT, Lee Y, Birch LL. Predictors and consequences

of food neophobia and pickiness in young girls. J Am Diet

Assoc 2003; 103:692 -8.

Schwartz C, Issanchou S, Nicklaus S. Developmental changes

in the acceptance of the Þ ve basic tastes in the Þ rst year

of life. Br J Nutr 2009; 102:1375 -85.

Williams KE, Paul C, Pizzo B, Riegel K. Practice does make

perfect - A longitudinal look at repeated taste exposure. Appetite

; 51:739 -42.

Yeomans MR, Gould NJ, Mobini S, Prescott J. Acquired ß avor

acceptance and intake facilitated by monosodium glutamate

in humans. Physiol Behav 2008; 93:958 -66.

Galloway AT, Fiorito LM, Francis LA, Birch LL. ’Finish your

soup’ - Counterproductive effects of pressuring children to eat

on intake and affect. Appetite 2006; 46:318 -23.

Batsell WR, Brown AS, AnsÞ eld ME, Paschall GY. You will eat

all of that! - A retrospective analysis of forced consumption

episodes. Appetite 2002; 38:211 -9.

Butte N, Cobb K, Dwyer J, Granely L, Heired W, Rickard K.

The start healthy feeding guidelines for infants and toddlers.

J Am Diet Assoc 2004; 104:442 -54.

Addessi E, Galloway AT, Visalberghi E, Birch LL. Speci-

Þ c social inß uences on the acceptance of novel foods in

–5 -year -old children. Appetite 2005; 45:264 -71.

Salvy SJ, Vartanian LR, Coelho JS, Jarrin D, Pliner P. The

role of familiarity on modeling of eating and food consumption

in children. Appetite 2008; 50:524 -8.

Downloads

Publicado

2017-01-16

Como Citar

1.
Silva AI, Teles A. Neofobias Alimentares – importância na prática clínica. REVNEC [Internet]. 16 de Janeiro de 2017 [citado 18 de Setembro de 2024];22(3):167-70. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/10648

Edição

Secção

Artigos de Revisão

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)