Pedopsiquiatria da primeira infância - caracterização da consulta num hospital central
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v25.i4.10808Palavras-chave:
primeira infância, psicopatologia, consulta, diagnósticoResumo
Introdução:A Consulta da Primeira Infância do Departamento de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar do Porto foi criada em 2007. Pretendemos caracterizar as crianças observadas em primeiras consultas entre Junho de 2012 e Junho de 2013.
Métodos:Consulta de processos e recolha de dados sociodemográficos e clínicos; avaliação diagnóstica através da Diagnostic Classification of Mental Health and Development Disorders of Infancy and Early Childhood: Revised Edition; análise estatística com SPSS v.19.0.
Resultados e Discussão:Foram avaliadas 222 crianças, a maioria do sexo masculino (63,1%). As crianças observadas ao abrigo dos protocolos institucionais – sem sintomatologia específica (SSE) (43,7%) e as que apresentavam alterações de linguagem (12,6%), foram os principais motivos de consulta. Quarenta e nove (22,1%) apresentavam psicopatologia, destacando-se: Perturbação da Regulação do Processamento Sensorial (38,8%), Perturbação do Afeto (24,5%) e Perturbação da Relação e da Comunicação (22,4%). Em 57 casos (33,0%) verificaram-se alterações somente a nível relacional, maioritariamente com características de subenvolvimento (16,2%). Oiten- ta e oito (39,6%) revelaram Atraso Global do Desenvolvimento, sendo a escala da audição/linguagem a mais afetada (54,1%). Comparativamente com a casuística anterior, a média de idades de referenciação foi inferior, o que pode ser indicativo de uma maior sensibilização profissional e comunitária. Observá- mos menos crianças com diagnóstico no Eixo I mas um número equivalente com dificuldades relacionais.
Conclusão: A maioria das crianças referenciadas tinha menos de três anos de idade e apresentava alterações a nível de saúde mental. Nos últimos anos, a saúde mental da primeira in- fância tem sido uma área de investimento crescente, nomeadamente na identificação de grupos de risco e de sinais de alerta de psicopatologia infantil, possibilitando a intervenção precoce.
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