Pedopsiquiatria da primeira infância - caracterização da consulta num hospital central

Autores

  • Inês Guerra Aguiar S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto
  • Cláudia Barroso S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto
  • Filipa Moreira S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto
  • Maria da Luz Fonseca S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto
  • Patrícia Mendes S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto
  • Nuno Pangaio S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto
  • Vânia Miranda S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto
  • Graça Fernandes S. de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Materno Infantil do Norte do Centro Hospitalar do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v25.i4.10808

Palavras-chave:

primeira infância, psicopatologia, consulta, diagnóstico

Resumo

Introdução:A Consulta da Primeira Infância do Departamento de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar do Porto foi criada em 2007. Pretendemos caracterizar as crianças observadas em primeiras consultas entre Junho de 2012 e Junho de 2013.

Métodos:Consulta de processos e recolha de dados sociodemográficos e clínicos; avaliação diagnóstica através da Diagnostic Classification of Mental Health and Development Disorders of Infancy and Early Childhood: Revised Edition; análise estatística com SPSS v.19.0.

Resultados e Discussão:Foram avaliadas 222 crianças, a maioria do sexo masculino (63,1%). As crianças observadas ao abrigo dos protocolos institucionais – sem sintomatologia específica (SSE) (43,7%) e as que apresentavam alterações de linguagem (12,6%), foram os principais motivos de consulta. Quarenta e nove (22,1%) apresentavam psicopatologia, destacando-se: Perturbação da Regulação do Processamento Sensorial (38,8%), Perturbação do Afeto (24,5%) e Perturbação da Relação e da Comunicação (22,4%). Em 57 casos (33,0%) verificaram-se alterações somente a nível relacional, maioritariamente com características de subenvolvimento (16,2%). Oiten- ta e oito (39,6%) revelaram Atraso Global do Desenvolvimento, sendo a escala da audição/linguagem a mais afetada (54,1%). Comparativamente com a casuística anterior, a média de idades de referenciação foi inferior, o que pode ser indicativo de uma maior sensibilização profissional e comunitária. Observá- mos menos crianças com diagnóstico no Eixo I mas um número equivalente com dificuldades relacionais.

Conclusão: A maioria das crianças referenciadas tinha menos de três anos de idade e apresentava alterações a nível de saúde mental. Nos últimos anos, a saúde mental da primeira in- fância tem sido uma área de investimento crescente, nomeadamente na identificação de grupos de risco e de sinais de alerta de psicopatologia infantil, possibilitando a intervenção precoce.

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Publicado

2017-02-03

Como Citar

1.
Aguiar IG, Barroso C, Moreira F, Fonseca M da L, Mendes P, Pangaio N, Miranda V, Fernandes G. Pedopsiquiatria da primeira infância - caracterização da consulta num hospital central. REVNEC [Internet]. 3 de Fevereiro de 2017 [citado 19 de Julho de 2024];25(4):222-6. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/10808

Edição

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