Orelhas aladas: avaliação de resultados e satisfação dos utentes. A realidade portuguesa numa análise retrospetiva de 209 otoplastias

Autores

  • Ana Correia-Oliveira Medicina Geral e Familiar, Unidade de Saúde Familiar São João do Porto, Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Ocidental
  • Maria João Peixoto Medicina Geral e Familiar, Unidade de Saúde Familiar Espaço Saúde, Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Ocidental
  • Catarina Sousa Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
  • Ana Coelho Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
  • Sofia Marinho Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
  • José Lopes dos Santos Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
  • Fátima Carvalho Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v26.i4.13682

Palavras-chave:

Crianças, orelhas aladas orelhas procidentes, otoplastia, qualidade de vida

Resumo

Introdução: As orelhas procidentes são um problema estético bastante comum, com uma prevalência de 5% na população. Tendo em conta os problemas psicológicos associados a esta deformidade, a otoplastia é uma correção cirúrgica universalmente aceite.
Materiais e Métodos: Foi efetuado um estudo retrospectivo dos processos clínicos de 111 crianças, submetidas a Otoplastia para correção de orelhas aladas num Centro Hospitalar em Portugal, durante os últimos quatro anos. Foi realizado ainda um inquérito telefónico aos pais, para aferição da satisfação dos utentes relativamente ao procedimento efetuado e respetivo impacto na qualidade de vida.
Resultados: A população de doentes era constituída por 75 (68%) crianças do sexo masculino e 36 (32%) do sexo feminino. Estas foram intervencionados em média entre os sete e os oito anos de idade, sendo que cerca de 36% foram operadas em idade pre-escolar. O tipo de otoplastia efetuada foi uma técnica combinada, tendo sido bilateral em 98 casos e unilateral nos restantes 13, totalizando 209 otoplastias corretivas. A taxa de complicações foi baixa (3,8%). Foi possível realizar o inquérito telefónico a 98 utentes, observando-se uma mediana de resultados de 4-5 (escala 1-5) em todos os itens avaliados, traduzindo uma satisfação generalizada e influência positiva do procedimento na qualidade de vida.
Discussão e conclusão: A Otoplastia corretiva de orelhas procidentes teve um impacto positivo direto na qualidade de vida e auto-estima dos doentes intervencionados. Torna-se assim por demais relevante a referenciação destas crianças a um Centro Cirúrgico especializado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Braun T, Hempel JM, Berghaus A. Developmental disorders of the ear in children and adolescents: conservative and surgical treatment options. Deutsches Arzteblatt international. 2014;111:92-8.

Handler EB, Song T, Shih C. Complications of otoplasty. Facial plastic surgery clinics of North America. 2013; 21:653-62.

Hao W, Chorney JM, Bezuhly M, Wilson K, Hong P. Analysis of health-related quality-of-life outcomes and their predictive factors in pediatric patients who undergo otoplasty. Plastic and reconstructive surgery. 2013; 132:811-7e.

Naumann A. Otoplasty - techniques, characteristics and risks. GMS current topics in otorhinolaryngology, head and neck surgery. 2007; 6:Doc04.

Songu M, Kutlu A. Long-term psychosocial impact of otoplasty performed on children with prominent ears. The Journal of laryngology and otology. 2014;128:768-71.

Sands NB, Adamson PA. Pediatric esthetic otoplasty. Facial plastic surgery clinics of North America. 2014; 22:611-21.

Graham ME, Bezuhly M, Hong P. A long-term morphometric analysis of auricular position post-otoplasty. Journal of plastic, reconstructive & aesthetic surgery : JPRAS. 2013; 66:1482-6.

Driessen JP, Borgstein JA, Vuyk HD. Defining the protruding ear. The Journal of craniofacial surgery. 2011; 22:2102-8.

AKI F, SAKAE E, Cruz DP, KAMAKURA L, Ferreira MC. Complicações em otoplastia: revisão de 508 casos. Rev Soc Bras Cir Plást. 2006; 21:140-4.

Niemela BJ, Hedlund A, Andersson G, Wahlsten VS. Prominent ears: the effect of reconstructive surgery on selfesteem and social interaction in children with a minor defect compared to children with a major orthopedic defect. Plastic and reconstructive surgery. 2008; 122:1390-8.

Songu M, Kutlu A. Health-related quality of life outcome of children with prominent ears after otoplasty. European archives of oto-rhino-laryngology : official journal of the European Federation of Oto-Rhino-Laryngological Societies (EUFOS) : affiliated with the German Society for Oto-Rhino-Laryngology - Head and Neck Surgery. 2014; 271:1829-32.

Fioramonti P, Serratore F, Tarallo M, Ruggieri M, Ribuffo D. Otoplasty for prominent ears deformity. European review for medical and pharmacological sciences. 2014; 18:3156-65.

Limandjaja G, Breugem C, van der Molen AM, Kon M. Complications of otoplasty: a literature review. Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery. 2009; 62:19-27.

Scharer SA, Farrior EH, Farrior RT. Retrospective analysis of the Farrior technique for otoplasty. Archives of facial plastic surgery. 2007; 9:167-73.

Garcia M, Rohlfs I, Vila J, Sala J, Pena A, Masia R, et al. Comparison between telephone and self-administration of Short Form Health Survey Questionnaire (SF-36). Gaceta sanitaria / SESPAS. 2005; 19:433-9.

Gasques JA, Pereira de Godoy JM, Cruz EM. Psychosocial effects of otoplasty in children with prominent ears. Aesthetic plastic surgery. 2008;32:910-4.

Braun T, Hainzinger T, Stelter K, Krause E, Berghaus A, Hempel JM. Health-related quality of life, patient benefit, and clinical outcome after otoplasty using suture techniques in 62 children and adults. Plastic and reconstructive surgery. 2010;126:2115-24.

Meningaud JP, Benadiba L, Servant JM, Herve C, Bertrand JC, Pelicier Y. Depression, anxiety and quality of life: outcome 9 months after facial cosmetic surgery. Journal of cranio-maxillo-facial surgery : official publication of the European Association for Cranio-Maxillo-Facial Surgery. 2003;31:46-50.

Rankin M, Borah GL, Perry AW, Wey PD. Quality-of-life outcomes after cosmetic surgery. Plastic and reconstructive surgery. 1998;102:2139-45; discussion 46-7.

Likert R. A technique for the measurement of attitudes. Archives of psychology. 1932

Downloads

Publicado

2017-12-27

Como Citar

1.
Correia-Oliveira A, Peixoto MJ, Sousa C, Coelho A, Marinho S, dos Santos JL, Carvalho F. Orelhas aladas: avaliação de resultados e satisfação dos utentes. A realidade portuguesa numa análise retrospetiva de 209 otoplastias. REVNEC [Internet]. 27 de Dezembro de 2017 [citado 18 de Julho de 2024];26(4):227-33. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/13682

Edição

Secção

Artigos Originais

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2