Suspeita de homocistinúria clássica numa adolescente nascida antes do rastreio neonatal precoce

Autores

  • Fábia Ginja de Carvalho Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
  • Teresa Campos Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo, Centro Hospitalar Universitário São João
  • Joana Soares dos Reis Serviço de Pediatria, Unidade II, Centro Hospitalar Vila de Nova Gaia/Espinho
  • Mariana Portela Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
  • Carla Vasconcelos Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo, Centro Hospitalar Universitário São João
  • Carla Ferreira Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos, Hospital de Braga
  • Arnaldo Cerqueira Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos, Hospital de Braga
  • Ângela Oliveira Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos, Hospital de Braga
  • Laura Vilarinho Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, Departamento de Genética, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
  • Elisa Leão-Teles Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo, Centro Hospitalar Universitário São João
  • Esmeralda Rodrigues Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo, Centro Hospitalar Universitário São João

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v30.i1.18753

Palavras-chave:

homocistinúria, rastreio neonatal precoce, trombose dos seios venosos

Resumo

Introdução: A homocistinúria clássica (HCU) é uma doença autossómica recessiva caracterizada por um défice na enzima cistationina beta-sintase, com probabilidade de ocorrência de complicações vasculares associadas. É apresentado o caso de uma adolescente diagnosticada com HCU no decorrer do estudo etiológico de trombose dos seios venosos (TSV).

Descrição do caso: Uma adolescente de 14 anos apresentou um resultado de teste de trombofilia sugestivo de HCU durante o estudo de TSV. A doente foi orientada para uma Unidade de Doenças Hereditárias do Metabolismo, onde iniciou suplementação com piridoxina, ácido fólico, vitamina B12, betaína e cisteína e foi aconselhada a restringir proteínas naturais e metionina na dieta. O estudo genético revelou uma mutação homozigótica do gene CBS (c.572C> T (p.T191M) e o polimorfismo c.699C> T (p.Y233Y).

Discussão: Os autores salientam a importância de considerar a HCU no estudo etiológico da trombofilia, principalmente em adolescentes nascidos antes de 2004 (ano de inclusão da HCU no rastreio neonatal), uma vez que se trata de uma doença tratável e o tratamento é capaz de prevenir as principais causas de morbimortalidade associadas.

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Publicado

2021-04-06

Como Citar

1.
de Carvalho FG, Campos T, dos Reis JS, Portela M, Vasconcelos C, Ferreira C, Cerqueira A, Oliveira Ângela, Vilarinho L, Leão-Teles E, Rodrigues E. Suspeita de homocistinúria clássica numa adolescente nascida antes do rastreio neonatal precoce. REVNEC [Internet]. 6 de Abril de 2021 [citado 19 de Julho de 2024];30(1):44-7. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/18753

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