Comportamentos de risco dos adolescentes portugueses e influência do meio ambiente

Autores

  • Sara Domingues Serviço de Pediatria, Unidade Padre Américo, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa
  • Joana Leite Serviço de Pediatria, Hospital Pedro Hispano, Unidade Local de Sáude de Matosinhos
  • Ivone Martins USF Lagoa, Centro de Saúde da Senhora da Hora
  • Joana Sampaio USF Lagoa, Centro de Saúde da Senhora da Hora
  • Graça Fonseca Unidade de Cuidados na Comunidade da Senhora da Hora, Centro de Saúde da Senhora da Hora
  • Sónia Lira Serviço de Pediatria, Unidade Padre Américo, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v23.i3.8691

Palavras-chave:

Adolescência, álcool, atividade sexual, canábis, tabaco

Resumo

Introdução: A adolescência é uma fase de intensa transformação, procura de identidade e necessidade de experimentação.

Objetivos: Conhecer os padrões do consumo de drogas e sexualidade dos adolescentes de uma área urbana do grande Porto e analisar a influência do contexto socio-ambiental.

Material e métodos: Estudo transversal, e amostra de conveniência de adolescentes inscritos numa escola secundária pública urbana, com realização de um questionário anónimo entre Outubro e Novembro de 2012.

Resultados: Obteve-se um total de 141 inquéritos, com 13,8 anos de idade média. Um terço dos adolescentes já tinha experimentado tabaco ou álcool; 8,5% canábis. O consumo de tabaco associou-se significativamente ao de álcool, canábis ou outras drogas. Eram sexualmente ativos, 14,9% dos adolescentes e a idade média de início de atividade sexual foi 13,7 anos. Não utilizaram preservativo na última relação sexual, 28,6%. Verificou-se associação significativa entre atividade sexual e o consumo álcool, canábis ou outras drogas. O consumo de tabaco e de canábis associou-se significativamente com o consumo na família e nos amigos. As retenções escolares associaram-se ao consumo de álcool, tabaco, canábis e outras drogas.

Conclusões: O tabaco foi um preditor do consumo de outras substâncias, o que confere extrema importância aos programas dirigidos à prevenção do seu consumo. Dadas as associações significativas, consideramos crucial conhecer o contexto socio-ambiental dos adolescentes, identificando grupos vulneráveis, nos quais estratégias de prevenção seletivas seriam recomendadas. A precocidade do início da atividade sexual observada é preocupante e permite-nos inferir a cerca da elevada prevalência de condutas sexuais de risco.

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Publicado

2016-03-01

Como Citar

1.
Domingues S, Leite J, Martins I, Sampaio J, Fonseca G, Lira S. Comportamentos de risco dos adolescentes portugueses e influência do meio ambiente. REVNEC [Internet]. 1 de Março de 2016 [citado 1 de Julho de 2024];23(3):124-33. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/8691

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