Efeito de Longo Prazo da Luz Pulsada Combinada com Luz de Reduzida Intensidade no Tratamento da Disfunção das Glândulas de Meibomius

Resumo

INTRODUÇÃO: O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia da luz pulsada (IPL) combinada com luz de reduzida intensidade (LLLT) no tratamento da disfunção da glândula meibomiana (MGD).
MÉTODOS: Estudo prospectivo, de braço duplo e não randomizado; doentes adultos com MGD foram consecutivamente designados para IPL combinado com LLLT (grupo 1, Eye-Light®+My-Mask® do Expansione Group, Itália) ou terapia IPL isoladamente (grupo 2, E>Eye® da ESW vision, França), com avaliação inicial e ao 1º, 6º, 12º e 18º mês após o tratamento. Os resultados foram a variação do Ocular Surface Disease Index (OSDI-12) e a análise automatizada da superfície ocular (IDRA® Ocular Surface Analyzer SBM Sistemi, Itália), tais como: non-invasive break-up time (NIBUT), taxa de pestanejo (BR), altura do menisco lacrimal (TMH), espessura da camada lipídica (LLT) e área de perda das glândulas meibomianas (LAMG); a osmolaridade lacrimal (Osm) pelo TearLab® Osmolarity System (Tearlab, San Diego, CA, EUA), teste de Schirmer (ST) e exame com lâmpada de fenda (Oxford score) também foram avaliados.
RESULTADOS: Incluídos 62 doentes (124 olhos): 31 no grupo 1 e 31 no grupo 2. Comparando o baseline com o 18º mês de follow-up, os grupos apresentaram melhoria significativa no Índice de Doença da Superfície Ocular (OSDI-12) (p<0,001), no LLT (p<0,001) e no ST (grupo 1, p<0,001; grupo 2, p=0,029). Houve melhoria significativa no grupo 1 sem melhoria no grupo 2 no BR (p<0,001 vs p=0,618) e no TMH (p=0,040 vs p= 0,701). Houve aumento no grupo 1 (p<0,001) com diminuição no grupo 2 (p=0,005) na Osm; observada diminuição em ambos os grupos (grupo 1, p=0,789; grupo 2, p=0,133) no NIBUT; não foram verificadas diferenças em ambos os grupos (grupo 1, p=0,659; grupo 2, p=0,158) no Oxford score. Durante o seguimento, 6 olhos (grupo 1) e 16 olhos (grupo 2) foram encaminhados para retratamento.
CONCLUSÃO: O tratamento com IPL é uma opção terapêutica eficaz e segura para a MGD. Os grupos apresentaram benefícios nos sintomas e nos valores das medições automáticas mesmo após 18 meses. Houve necessidade de retratamento mais precoce no grupo 2, demonstrando a superioridade do tratamento combinado no grupo 1, com manutenção do benefício terapêutico por um período mais longo.