Resultados anatómicos e funcionais de olhos com edema macular diabético após conversão de terapêutica com bevacizumab para aflibercept
DOI:
https://doi.org/10.48560/rspo.10396Keywords:
Retinopatia diabética, edema macular diabético refratário, bevacizumab, aflibercept, troca.Abstract
Introdução
O edema macular diabético (EMD), uma manifestação da retinopatia diabética, é a principal causa de perda da acuidade visual em doentes com Diabetes Mellitus. O papel do fator de crescimento do endotélio vascular é amplamente conhecido e as terapêuticas dirigidas à sua inibição, através de injeção intravítrea, têm eficácia e segurança comprovadas. No entanto alguns doentes apresentam uma má resposta ao bevacizumab. Os autores propõem-se a analisar os resultados anatómicos e funcionais de olhos com EMD com má resposta ao bevacizumab, cuja terapêutica foi modificada para aflibercept.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo retrospetivo de olhos com EMD não respondedores ao bevacizumab, tendo sido a terapêutica modificada para aflibercept. Todos os doentes têm um follow-up mínimo antes da conversão de 3 meses e foram submetidos a pelo menos 3 injeções de bevacizumab previamente à troca. A variação na melhor acuidade visual corrigida e espessura macular central (EMC) avaliada na tomografia de coerência ótica foram analisadas.
Resultados
Foram considerados 33 olhos de 22 doentes. Antes da conversão da terapêutica, em média, foram feitas 6.9 injeções de bevacizumab e após a troca, em média, foram realizadas 3.4 injeções de aflibercept, num período de follow-up de 6 meses após a conversão. A acuidade visual (AV) logMAR média prévia à troca era de 0.61 ± 0.35. Aos 3 meses após a troca, a acuidade visual foi avaliada em 15 olhos. Nestes olhos, a AV logMAR prévia à troca era de 0.69 ± 0.40, sendo, após a troca, em média, de 0.72 ± 0.56, uma diferença que não se mostrou estatisticamente significativa (p=0.933). Aos 6 meses após o troca, a acuidade visual logMAR foi, em média, de 0.65 ± 0.46, não sendo a diferença estatisticamente significativa (p=0.434).
A EMC média previamente à troca, nos 33 olhos, era de 463.58 ± 161.06 µm. 23 olhos da amostra inicial apresentam EMC avaliada aos 3 meses, nestes, a EMC inicial era de 487.00 ± 174.98 µm, sendo que após a troca esta era de 375.52 ± 135.80 µm, com diferença estatisticamente significativa (p=0.001). Aos 6 meses após a troca, 2 olhos da amostra inicial não possuem registo da EMC. Assim, a EMC inicial nos 31 olhos com avaliação aos 6 meses era de 467.00 ± 164.68 µm e após a troca foi de 343.32 ± 124.01 µm, refletindo uma perda de, em média, 123.67 ± 150.19 µm (p < 0.001).
Conclusão
Em olhos com EMD persistente e resistente à terapêutica com bevacizumab, a conversão para aflibercept contribuiu para uma melhoria anatómica significativa. Apesar de se observar uma tendência para a melhoria da acuidade visual com a troca de fármaco, sobretudo aos 6 meses, esta diferença não se mostrou estatisticamente significativa, talvez devido ao pequeno tamanho da amostra.
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