Oclusão arteriolar retiniana e a Oxigenoterapia Hiperbárica

Autores

  • Cristina Vaz Pereira Interno do Complementar de Oftalmologia do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto
  • Susana Pina Interno do Complementar de Oftalmologia do Hospital Fernando da Fonseca
  • Ana Rita Azevedo Assistente Hospitalar do Hospital Beatriz Ângelo
  • Ivo Silva Interno do Complementar de Oftalmologia do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto
  • Mónica Franco Interno do Complementar de Oftalmologia do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto
  • Helena Prior Filipe Assistente Hospitalar Graduada do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto
  • Diogo Cavalheiro Assistente Hospitalar do Hospital Vila Franca de Xira, Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica
  • Francisco Gamito Guerreiro Médico Naval, Director do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.5983

Palavras-chave:

Oclusão arteriolar retiniana, Oclusão da artéria central da retina, Oclusão da artéria cilio-retiniana, Oclusão de ramo da artéria central da retina, Oxigenoterapia Hiperbárica. 

Resumo

Introdução: A oxigenoterapia hiperbárica (OTHB) consiste na administração de uma fracção inspirada de oxigénio próxima de 100%, num ambiente com uma pressão superior (2,5 atm) à pressão atmosférica ao nível do mar. Este aumento de pressão irá resultar num aumento da pressão arterial e tecidular de oxigénio, em que o volume de oxigénio dissolvido e transportado pelo plasma, aumenta mais de 22 vezes, o que estará na base da maioria dos efeitos fisiológicos e terapêuticos do oxigénio hiperbárico. O príncipio de actuação da OTHB na oclusão arteriolar retiniana é o aumento de oxigénio ligado a hemoglobina e fundamentalmente no plasma, com consequentemente aumento da con- centração de oxigénio no território vascular da coroideia. De acordo com as recomendações baseadas na evidência científica emitidas pelo European Committee for Hyperbaric Medicine (ECHM) as doenças oftalmológicas isquémicas agudas têm uma indicação de tipo III- opcional. Objectivo: Avaliar os resultados funcionais e estruturais em doentes com oclusão arteriolar retiniana tratados com OTHB. Métodos: Os autores apresentam os resultados funcionais e estruturais de três doentes subme- tidos a esta terapêutica, no contexto de oclusão da artéria central da retina (doente 1), da artéria cilio-retiniana (doente 2) e de ramo da artéria central da retina (doente 3). Os casos foram docu- mentados com retinografia e tomografia de coerência óptica de forma seriada. Resultados: No caso clínicos apresentados, assistiu-se a uma acentuada melhoria funcional e estrutural. O doente 1 iniciou OTHB às 24 horas de evolução e ocorreu uma melhoria de acui- dade visual (AV) de “movimentos de mão” para 0,3; o doente 2 iniciou OTHB às 48 horas de evolução e ocorreu uma melhoria da AV de 0,1 para 0,5; e o doente 3 iniciou OTHB às 20 horas de evolução e ocorreu uma melhoria da AV de 0,4 para 1,0 com procura de campo. Conclusão: Embora não existam estudos controlados e aleatorizados que confirmem a eficácia da terapia com oxigénio hiperbárico no tratamento da patologia retiniana oclusiva arteriolar, os nossos resultados, bem como a literatura científica disponível, sugerem que esta pode ser uma alternativa válida, a par do controlo dos factores de risco predisponentes.

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Como Citar

Vaz Pereira, C., Pina, S., Azevedo, A. R., Silva, I., Franco, M., Prior Filipe, H., Cavalheiro, D., & Gamito Guerreiro, F. (2014). Oclusão arteriolar retiniana e a Oxigenoterapia Hiperbárica. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 38(1). https://doi.org/10.48560/rspo.5983

Edição

Secção

Artigos Originais