Edema Periorbitário: Um Espectro Clínico

Autores

  • Catarina Pestana Aguiar Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Vítor Miranda Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Jeniffer Jesus Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Tiago Santos Otorhinolaryngology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal; Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto, Porto, Portugal
  • Vera Miranda Otorhinolaryngology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • João Costa Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Raquel Soares Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Inês Azevedo Pediatrics Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Cláudia Costa Ferreira Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • João Chibante-Pedro Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Lilianne Duarte Ophthalmology Department, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.27143

Palavras-chave:

Periorbital Edema, Orbital Diseases, Orbital Cellulitis, Eyelid, Differential Diagnosis

Resumo

INTRODUÇÃO: Quando o oftalmologista avalia um doente no Serviço de Urgência com edema periorbitário, a primeira abordagem deve ser direcionada para a distinção entre celulite periorbital/pré-septal e celulite orbitária/pós-septal. O exame objetivo apresenta achados valiosos que podem auxiliar nessa diferenciação. As principais causas da celulite são infecções bacterianas, mas causas não infecciosas também podem levar a ela. O principal objetivo deste trabalho é apresentar 4 casos clínicos de doentes com a mesma queixa clínica mas cujo diagnóstico, tratamento e seguimento foram substancialmente diferentes.

CASOS CLÍNICOS: Dois dos casos clínicos apresentavam doentes diagnosticados com celulite pré-septal, o primeiro causado por um abscesso odontogénico e o outro causado por um Kerion celsi (uma infecção fúngica). Os dois últimos casos apresentavam pacientes com diagnóstico de celulite pós-septal causada por mucopiocele frontoetmoidal e carcinoma espinocelular de seio maxilar. Os quatro pacientes tiveram apresentação clínica diferente e a abordagem médica e/ou cirúrgica variou entre eles.

CONCLUSÃO: A apresentação clínica de uma celulite pré-septal e pós-septal varia e esta série de casos demonstram essas diferenças semiológicas. Demonstramos a variabilidade de doenças que podem estar associadas e apresentar edema periorbitário. Salientamos ainda a importância de um correto diagnóstico etiológico para uma correta abordagem terapêutica e de uma abordagem multidisciplinar destes doentes. É fundamental que o oftalmologista esteja atento a todos os sinais e sintomas que o doente apresenta, através de uma história clínica completa e de uma avaliação objetiva detalhada, permitindo identificar os casos potencialmente graves, nos quais pode haver invasão orbitária, levando a uma orientação correta e um tratamento adequado.

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Publicado

2022-12-30

Como Citar

Pestana Aguiar, C., Miranda, V., Jesus, J., Santos, T., Miranda, V., Costa, J., Soares, R., Azevedo, I., Costa Ferreira, C., Chibante-Pedro, J., & Duarte, L. (2022). Edema Periorbitário: Um Espectro Clínico. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 46(4), 260–265. https://doi.org/10.48560/rspo.27143

Edição

Secção

Casos Clínicos