Burnout e Estratégias de Coping nos Médicos de Medicina Geral e Familiar dos Cuidados de Saúde Primários pertencentes a Unidade de Saúde Local de Matosinhos

Autores

  • Teresa Sousa-Ferreira Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE http://orcid.org/0000-0002-4963-0033
  • Catarina Freitas Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE
  • Hugo Rocha Unidade Local de Saúde de Matosinhos - USF Lagoa
  • Tânia Moreira Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE
  • João Marques Departamento de Saúde Mental da Unidade Local de Saúde de Matosinhos
  • Raquel Correia Departamento de Saúde Mental da Unidade Local de Saúde de Matosinhos
  • Fátima Ferreira Departamento de Saúde Mental da Unidade Local de Saúde de Matosinhos

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.12334

Palavras-chave:

burnout, coping, médicos, cuidados de saúde primários

Resumo

Introdução: O burnout é um estado de exaustão física, emocional e mental, causado pelo envolvimento duradouro em situações de elevada exigência emocional, no local de trabalho. Os médicos têm uma das profissões consideradas mais stressantes, sendo que os Médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF) são dos que estão em maior risco de burnout. As estratégias de coping adotadas são cruciais para a transição de níveis de stress aumentado para burnout.
Objetivos: Avaliar a prevalência e a gravidade do índice de burnout nos médicos especialistas e internos de MGF, em funções nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) pertencentes à Uni- dade de Saúde Local de Matosinhos (ULSM); avaliar a relação entre o índice de burnout e variáveis sócio-demográficas e profissionais nesta amostra; avaliar a relação entre o índice de burnout e estratégias de coping dos profissionais na amostra.
Métodos: Realizou-se um estudo observacional, descritivo e transversal, com componente analítica. Foi aplicado um questionário sócio-demográfico, o Inventário de Burnout (IB) e a Coping Job Scale de Latack (CJS) a uma amostra de 52 médicos (n=140) da ULSM, tendo sido, de seguida, analisados os dados obtidos através do SPSS.
Resultados: A taxa de resposta foi de 37,1% (52 em 140 médicos). Destes profissionais, 40 pertenciam ao sexo feminino, 51,9% eram casados e 69.2% eram especialistas em MGF (restantes eram internos de formação específica). O nível total de burnout foi de 3.06±0.64. A Unidade de Saúde Familiar (USF) Progresso apresentou os valores mais elevados (38.20±4.51), seguida da USF Horizonte (32.33±5.83) e da USF Dunas (31.50±5.01). Não se verificaram diferenças entre o estado civil ou o grau académico e nível de burnout ou mecanismos de coping. Não foi encontrado nenhum efeito correlacional significativo entre burnout e mecanismos de coping no geral (r= 0.289, p>005), à excepção da correlação positiva entre o fator controlo e a dimensão “realização pessoal” (r = .407, p < .05).
Discussão e Conclusões: No presente estudo, verificou-se um nível total de burnout de 3.06±0.64, valor em concordância com os resultados de burnout obtidos em outros estudos em Portugal na classe médica. Não foi encontrado nenhum efeito correlacional significativo entre burnout e estratégias de coping no geral, apesar de existir uma correlação positiva entre o fator controlo e a dimensão “realização pessoal".

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Publicado

2019-08-18

Edição

Secção

Artigos Originais