Internamentos psiquiátricos no adulto jovem: um estudo observacional em 2006-2016

Autores

  • Pedro Oliveira Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra http://orcid.org/0000-0002-2292-1463
  • Joana Ribeiro Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Sofia Morais Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
  • Vítor Santos Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Nuno Madeira Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.13085

Palavras-chave:

Saúde Mental, Epidemiologia, Adulto Jovem, Internamento Psiquiátrico

Resumo

Introdução: A adolescência e o início da idade adulta são fases do ciclo de vida marcadas por grandes transformações físicas, psicológicas e sociais. A transição para a maioridade aos 18 anos leva a uma passagem dos cuidados da Psiquiatria da infância e adolescência para a Psiquiatria de adultos. Este período crítico é de extrema importância para a continuação de um seguimento eficaz. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar características sociodemográficas e clínicas em adultos jovens internados num Serviço de Psiquiatria.
Metodologia: Consulta de cartas de alta dos doentes (18 a 24 anos) internados em enfermarias de agudos no serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) entre Junho/2006 e Maio/2016 analisando: idade, género, concelho de residência, diagnósticos de entrada e saída segundo CID- 10 e internamentos em regime compulsivo.
Resultados e Discussão: Há uma maior percentagem de doentes do género masculino. Quanto à distribuição geográfica, esta é mais dispersa que a da população adulta, sendo que 30% residiam fora do distrito de Coimbra. Os diagnósticos de admissão mais comuns são os pertencentes ao grupo das perturbações psicóticas (esquizofrenia, perturbações esquizotípicas e delirantes) - 34% - e os definidos como “alterações do comportamento” (21%) e “tentativas de suicídio” (14%). A maioria dos doentes admitidos por tentativa de suicídio teve como diagnósticos principais à data de alta reações de adaptação (38%), perturbações da personalidade (21%) e episódios depressivos (21%). Os diagnósticos de alta mais comuns foram os de esquizofrenia (17,4%), perturbações de adaptação (13,9%), psicose aguda transitória (10,7%) e psicose orgânica não especificada (9,6%). Apenas 8,5% dos doentes apresentavam episódios depressivos, o que vai ao encontro do descrito na literatura. 13% dos internamentos decorreram em regime compulsivo.
Conclusão: O adulto jovem no contexto do internamento psiquiátrico apresenta características distintas face à restante população internada, das quais se destacam o predomínio do sexo masculino e a maior prevalência de patologia psicótica e internamentos compulsivos.

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Publicado

2019-08-18

Edição

Secção

Artigos Originais