Perturbações Psiquiátricas num Internamento de Neurologia

Autores

  • Tânia Abreu Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa
  • Marta Carvalho Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, E.P.E.

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.18333

Palavras-chave:

Neurologia, Doença Mental, Comorbilidade, Hospitalização, Duração de Internamento

Resumo

Objetivos: O presente estudo teve como objetivo avaliar a presença de patologia psiquiátrica em doentes internados num serviço de Neurologia e em que medida a patologia psiquiátrica poderá ter sido a causa do internamento. Pretendeu-se também perceber a intervenção do neurologista ao nível da patologia psiquiátrica.

Métodos: Estudo retrospetivo dos doentes internados no serviço de Neurologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, E.P.E. num período de sete meses. A colheita de dados clínicos foi feita a partir do processo e dos relatórios de alta. A análise de dados foi realizada com recurso ao Statistical Package for the Social Sciences(SPSS, versão 21.0; IBM).

Resultados: Obtivemos uma amostra de 373 doentes, com idade média de 52,64 anos, 57% do sexo feminino. 37% da amostra apresentava antecedentes de patologia psiquiátrica. A média de dias de internamento foi de 11,7. Foi encontrada uma relação estatisticamente significativa entre a existência de antecedentes psiquiátricos e duração de internamento.A patologia funcional foi responsável por 5,9% dos internamentos. Em 11,3% dos doentes, foi diagnosticada uma perturbação psiquiátrica de novo.

Conclusões: A patologia psiquiátrica foi responsável por, pelo menos, 5,9% dos internamentos no serviço de Neurologia. A comorbilidade psiquiátrica pode ter também influência na duração do internamento. Será necessário estudar amostras maiores e perceber cada vez melhor como fazer um diagnóstico diferencial mais eficiente no primeiro contacto com o doente que possa evitar o internamento.

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Publicado

2022-09-07

Edição

Secção

Artigos Originais