Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico

Autores

  • João Graça Serviço de Psiquiatria, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE
  • Miguel Palma Serviço de Psiquiatria, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE
  • Carina Mendonça Serviço de Psiquiatria, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE
  • Inês Cargaleiro Serviço de Psiquiatria, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
  • João Carlos Melo Serviço de Psiquiatria, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.4105

Palavras-chave:

Empatia, Comportamento Social, Grupo Terapêutico

Resumo

Introdução: A empatia é um conceito multidimensional que engloba a capacidade de inferir um estado emocional e responder a emoções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve precocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras.

Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de Empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre Setembro de 2011 e Junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo terapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA.

Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 meses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto existem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de observação e a ausência de validação da escala psicométrica para a população portuguesa.

Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequentaram o Hospital de Dia o traço empático mostrou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a avaliação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental.

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Publicado

2014-06-30

Edição

Secção

Artigos Originais