Equipa de Intervenção Comunitária em Saúde Mental - A Realidade de um Hospital Geral

Autores

  • Antónia Fornelos
  • Mariana Martins
  • Miguel Felizardo
  • Marta Roque
  • Paula Pina

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.14894

Palavras-chave:

Psiquiatria Comunitária, Equipas de Saúde Mental, Internamentos Psiquiátricos, Visitas Domiciliárias

Resumo

Introdução: O Modelo Comunitário de Saúde Mental advoga que a prestação de cuidados de saúde deve ser promovida em locais mais acessíveis aos doentes, assegurando-se uma oferta preventiva, terapêutica e reabilitativa. Este estudo incidiu sobre o programa de visitas domiciliárias da Equipa Comunitária de Ponte de Lima.

Objetivos: A investigação teve como principal objetivo perceber se existem diferenças entre o número de internamentos e o número de dias de internamento antes e após a integração dos doentes no programa de visitas domiciliárias; pretendeu ainda verificar a existência de correlação entre estas variáveis e a frequência das visitas e realizar uma caraterização sociodemográfica e clínica da população-alvo.

Métodos: Estudo observacional, analítico, transversal e retrospetivo. A população-alvo foi constituída pelos doentes que integraram o programa de visitas domiciliárias, desde janeiro de 2015 até dezembro de 2017. As variáveis foram obtidas pela consulta dos processos clínicos dos doentes. A análise estatística efetuou-se com recurso ao programa Statistical Package for the Social Sciences - versão 22 - para Windows (IMB Corp. Released 2013).

Resultados: Obteve-se um n final de 171 participantes. A maioria tinha 70 ou mais anos e habitava em lares, centros sociais, paroquiais e comunitários. Verificou-se um predomínio de doentes do sexo feminino, solteiros e reformados. O quadro demencial foi a patologia psiquiátrica mais comummente reportada. Em todos os participantes, após o início do programa, verificou-se uma redução significativa do número total de internamentos e de dias de internamento. Os doentes sem internamentos, depois da integração no programa, foram visitados com maior regularidade pela equipa do que aqueles com pelo menos um internamento. Nos doentes internados após a incorporação no programa, constatou-se uma correlação positiva forte e significativa entre o número de dias de internamento e o tempo decorrido entre as visitas.

Conclusões: A equipa de investigação pretende contribuir para uma reflexão organizacional dos vários serviços de Psiquiatria do país.

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Publicado

2020-07-24

Edição

Secção

Artigos Originais