A Evolução Conceptual do Delírio desde a sua Origem até à Modernidade

Autores

  • Diogo Telles-Correia Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE; Faculty of Medicine of the University of Lisbon

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.6991

Palavras-chave:

Delire, Delírio, Delirium, Delusion, Wahn, História da Psiquiatria, Psicopatologia

Resumo

Introdução: Etimologicamente o termo delírio tem base no latim delirare. Referindo-se aos indivíduos que se afastam da normalidade. Ao longo da história o “delírio” englobou vários significados além das alterações do pensamento.

Objectivos: Neste artigo pretendemos explorar a história conceptual do delirio em psicopatologia desde o primórdio dos tempos até à modernidade.

Métodos: Foi feita uma pesquisa bibliográfica consultando artigos e livros de texto em língua francesa, inglesa, espanhola e portuguesa. 

Resultados e Conclusões: Antes do século XVIII, vários autores chamam a atenção para a importância das alterações do conteúdo do pensamento e da razão (como hoje entendemos o delírio), na definição da loucura. Porém, desde cedo o delírio foi confundido com a loucura em geral, não sendo discriminado como um sintoma como mais tarde veio a ser. No século XIX a confusão manteve-se  sobretudo  nos  autores  franceses,  corrente  psiquiátrica  mais  influente nesta época, para os quais o délire era uma síndrome  que  englobava  várias  alterações psicopatológicas  além  das  alterações  do pensamento, sendo a proximidade entre as alterações  do  pensamento  e  da  percepção (alucinações) a que mais persistiu. Origens e percursos diferentes têm os termos utilizados no inglês – Delusion e no alemão-Wahn que vieram a substituir o  termo delirio e delirium para uma mais restrita designação das alterações do conteúdo do pensamento, manifestando um desagrado dos ingleses e alemães,  já  no  século  XVIII,  em relação  à indefinição do conceito delírio.

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Publicado

2015-06-03

Edição

Secção

Artigos de Revisão