Quando os cuidados continuados chegam ao fim: perspetivas de cuidadores informais sobre o momento da alta

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12707/RIV19023

Palavras-chave:

assistência à saúde, cuidadores, demência, alta do paciente

Resumo

Enquadramento: As unidades de cuidados continuados integrados (UCCI) têm como princípio a readaptação e reinserção familiar e social.

Objetivo: Conhecer as perspetivas de cuidadores informais sobre o momento da alta do internamento em cuidados continuados dos seus familiares com demência.

Metodologia: Quinze cuidadores (média de idades 60 anos) foram entrevistados e os dados analisados qualitativamente com recurso ao NVivo.

Resultados: Apesar da preocupação e medo relativamente ao momento de alta, a maioria dos participantes não tomou qualquer ação. Quando questionados sobre o que fariam se o seu familiar tivesse alta da UCCI, referem considerar o domicílio (n = 5) ou uma estrutura residencial para pessoas idosas (n = 10). Esta decisão tem em conta um ou mais motivos, nomeadamente fatores ambientais, indisponibilidade do cuidador, relação de proximidade, questões económicas e questões familiares.

Conclusão: Os motivos que pesam na integração e prestação de cuidados ao paciente após a alta devem ser considerados pelos profissionais, no sentido de um melhor apoio, formação e capacitação dos cuidadores informais, medidas que devem ser partes constituintes de uma rotina de cuidados.

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Publicado

2019-09-30

Como Citar

Carvalho, A., Araújo, L. J. P., & Veríssimo, M. T. (2019). Quando os cuidados continuados chegam ao fim: perspetivas de cuidadores informais sobre o momento da alta. Revista De Enfermagem Referência, 4(22), 107–116. https://doi.org/10.12707/RIV19023

Edição

Secção

Artigos de Investigação