Perceção dos enfermeiros em unidades de internamento sobre sépsis e choque sético
Resumo
Introdução: A sépsis atinge anualmente cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo a mortalidade global de 25 a 30% aumentando para quase o dobro (40 a 50%) nos países subdesenvolvidos. Tendo o enfermeiro uma posição privilegiada junto da pessoa com sépsis e choque sético e sendo estas doenças sensíveis ao tempo, o enfermeiro é um elemento fulcral não somente no reconhecimento precoce de sinais e sintomas, mas também na instituição precoce de cuidados de enfermagem adequados.
Objetivos: Determinar os níveis de perceção do conhecimento sobre sépsis e choque sético dos enfermeiros em unidades de internamento.
Material e Métodos: Estudo transversal descritivo, abordagem quantitativa, numa amostra de 85 enfermeiros tendo sido a recolha de dados realizada através de um questionário, dividido em três partes: caracterização sociodemográfica e profissional, caraterização relacionada com a formação e caracterização da perceção dos conhecimentos dos enfermeiros sobre sépsis e choque sético. Estudo realizado em seis unidades de internamento do IPOC.
Resultados: A maioria dos enfermeiros (77.6%) revelou um nível de perceção moderada/ baixa dos seus conhecimentos sobre sépsis e choque sético e 22.4% evidenciaram nível de perceção elevado. Dos participantes no estudo 71.8% não tem qualquer formação específica na área de prestação de cuidados à pessoa com sépsis ou choque sético. No âmbito da formação em serviço 96.5% dos enfermeiros refere nunca ter tido formação relacionada com sépsis. A maioria dos enfermeiros, 90.6%, desconhece protocolos para a gestão da pessoa com sépsis.
Conclusões: Os enfermeiros incluídos no estudo, na sua maioria, revelaram um nível de perceção moderada/baixa de conhecimento sobre sépsis e choque sético, identificando-se lacunas importantes relativamente à formação. A necessidade de formação contínua, de atualização de conhecimentos e a elaboração de um protocolo institucional para a gestão da pessoa com sépsis ou choque sético é evidente.
A formação contínua tem um impacto decisivo na prática e só assim se conseguirá promover uma cultura de segurança assente na qualidade dos cuidados.
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