Tauromaquia, violência e desenvolvimento: opiniões e evidências

Autores

  • Luís Capucha Instituto Universitário de Lisboa, ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal
  • Luís Pereira Mestre em Desenvolvimento, Diversidades Locais e Desafios Mundiais, ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal
  • Tiago Tavares Master in Finance, INDEG/ISCTE, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.7458/SPP20209212672

Palavras-chave:

tauromaquia, desenvolvimento, violência

Resumo

A respeito da tauromaquia tem vindo a ser difundida a ideia de que a participação ou assistência de crianças a espetáculos tauromáquicos (considerados uma prática anacrónica, uma reminiscência do passado indigna das sociedades modernas) prejudica o seu desenvolvimento psicológico e incentiva comportamentos violentos. Alguns organismos internacionais emitiram opiniões no mesmo sentido. O presente artigo pretende, de forma modesta e sem polemizar em torno do assunto, testar a base de sustentação empírica destas afirmações. Para isso construiu-se um índice de atividade tauromáquica que dá conta da intensidade da presença da tauromaquia em cada concelho de Portugal, o qual foi correlacionado com o índice de poder de compra (aproximação ao nível de desenvolvimento concelhio) e a taxa de criminalidade (aproximação aos putativos efeitos psicológicos da tauromaquia). Verificou-se que não existe correlação significativa entre as variáveis analisadas, isto é, o teste não revelou evidências de relação entre a assistência ou participação ativa na tauromaquia, por um lado, e o desenvolvimento e a criminalidade, nomeadamente a criminalidade que envolve violência, por outro lado.

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Publicado

2019-10-16

Edição

Secção

Artigos