Por uma etnografia dos dados: a propósito de uma investigação sobre o perfil social dos militares brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.7458/SPP20199113744Palavras-chave:
hard data, dados, objetos, militar, etnografiaResumo
O objetivo deste artigo é mostrar como dados “brutos” (hard data) não são “neutros” nem “dados”, mas estão inseridos num processo subjetivo de sua produção, manutenção e utilização. Propomos, aqui, descrever esse processo de “construção social dos dados” tendo como objeto dados obtidos junto a escolas militares brasileiras sobre o perfil social de seus alunos. A observação etnográfica dessas práticas permite ver como elas estabelecem princípios seletivos, iluminam certas dimensões da vida da instituição e obscurecem outras. Evita-se, assim, um “fetichismo dos dados”: a tendência a vê-los como entidades com vida própria, independentes da subjetividade dos indivíduos que os produziram, os mantiveram e lhes deram acesso.
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