1930s sunny coast & the Spanish market: A blast from the past

Autores

  • Cristina Carvalho Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

DOI:

https://doi.org/10.57883/thij6(1)2016.30285

Palavras-chave:

Década de 1930, Estoril, Guerra Civil de Espanha, Costa do Sol, Turismo

Resumo

Este estudo empírico baseia-se no doutoramento da autora, visando resgatar das Areias do Tempo o espírito do destino em análise, através de dados recolhidos em periódicos dos anos 30 e em abordagens actuais ao nível da História Política, da Guerra, do Turismo e do Lazer. Em 1910 o micro-clima cascalense levaria o casal Figueiredo aos Estoris e, em 1914, o empresário investiria num projecto que visava erguer de raiz a primeira estância internacional em Portugal. O plano concretizou-se, mesmo quando a República cedeu lugar às ditaduras militar e civil, pois como Hall defende, regimes autoritários não repelem turistas. O Estoril foi então galvanizado pela Lei do Jogo, cedo atraindo poderosos e derrubados, na maioria britânicos e espanhóis, como Gibbons redigiu em 1936. Esta recordação começa com um sumário do delicado contexto ibérico entre 1910 e 1939, para depois referir a Costa do Sol como palco oficioso da Guerra Civil de Espanha, visto desde 1931 ali se refugiarem personagens como o General Sanjurjo. Tais visitantes eram mimados por um Vice-Consulado (Cascais), um hotel gerido por galegos (Monte Estoril), uma panóplia de deleites de lazer (Estoril) e a Rádio Club de Parede. O apoio da Costa do Sol a Franco cedo conduziu a rumores que afastou turistas, por isso se abordarão ainda as estratégias empregues para os suplantar. Terminaremos com menção à realidade actual de equipamentos e da fraca memória histórica, cujo resgate devido permitirá criar nova oferta cultural no destino ‘Cascais’ coevo para este nicho de mercado vizinho.

Referências

A Voz – 1934.

Abreu, M. F. (1996). As rádios portuguesas e a causa franquista – A ‘guerra do éter’. História, 20(5), 30-39.

Abreu, F. (1998). A rádio portuguesa e a guerra civil de Espanha. In F. Rosas (Ed.), Portugal e a guerra civil de Espanha (pp. 123-151). Lisboa: Edições Colibri e Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Anjos, M. C. C. (2012). O turismo do eixo costeiro Estoril-Cascais (1929-1939): Equipamentos, eventos e promoção do destino. (unpublished doctoral dissertation). Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisbon.

Artiles, J. (1970). They had to die – New light on the deaths of Calvo Sotelo, Sanjurjo and Mola in the Spanish civil war. Mexico: B. Costa-Amic.

Brasillach, R. & Barcèche, M. (1939). História da guerra civil de Espanha (1st Volume). Trans. Ferreira da Costa. Lisboa: Livraria Clássica Editora.

Câmara Municipal de Lisboa (Ed.) (1996). Portugal e a guerra civil de Espanha. Lisboa.

Carvalho, A. (Ed.) (2008). Conservatório de música de Cascais – Orquestra de câmara de Cascais e Oeiras: Roteiro: Guide book (M. C. Henriques, Trans.). Cascais: Câmara Municipal de Cascais.

Carvalho, C. (2014). Anglophone perceptions on the Estoril-Cascais resorts back in the 1930s. In S. Quinteiro & R. Baleiro (eds.), Lit & Tour – Ensaios sobre literatura e turismo (pp. 269-290). Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus.

Dacosta, F. (2009). Máscaras de Salazar (25th ed.). Alfragide: Casa das Letras. (Original work published 1997)

Diário da Manhã – 1936.

Diário de Lisboa – 1932-1939.

Diário de Notícias – 1936-1937.

D’Orléans, C.-P. (2011). Reis no exílio – Portugal refúgio real (2nd ed.). Lisboa: A Esfera dos Livros.

Estoril Coast Tourist Office (2014, Sept) (Ed.). Principais resultados - Cascais/Estoril 2011-2014.

Fox, R. (2006). Portugal now (R. Lopes, Trans.). Lisboa: Tinta da China. (Original work published 1936).

França, J.A. (2010). O ano X – Lisboa 1936: Estudo de factos socioculturais. Lisboa: Editorial Presença.

Gibbons, J. (1936). Playtime in Portugal: An unconventional guide to the Algarves. London: Methuen & Co. Ltd.

Gomez, H. T. (1997). Portugal frente ao perigo espanhol (1910-1936). In A. Carvalho (Ed.), Actas dos 3ºs Cursos internacionais de verão de Cascais – Estados e sociedades ibéricas, realizações e conflitos (séculos XVIII-XX) (pp. 221-246). Cascais: Câmara Municipal de Cascais.

Hall, C. M. (1999). Tourism and Politics: Policy, Power and Place. Chichester: John Wiley and Sons.

Holguín, S. (2005). ”National Spain invites you”: Battlefield tourism during the Spanish civil war. Oxford Journals/The American History Reviews, 110(5), 1399-1426.

Kay, H. (1970). Salazar and modern Portugal. London: Eyre & Spottiswoode.

Léonard, Y. (1998). Salazarismo e fascismo (C. H. Salgueiro, Trans.). Mem Martins: Editorial Inquérito. (Original work published 1996).

Medina, J. (2013). O Monumento em Areia à morte do general espanhol José Sanjurjo. Agenda Cascais, 64(9/10), 32-33.

O Estoril – 1936-1940.

O Século – 1934-1939.

O Século Ilustrado – 1938.

Oliveira, C. (1998). Salazar e a guerra civil de Espanha (2nd ed.). Lisboa: Edições O Jornal. (Original work published 1987).

Organização Mundial do Turismo (2001). Introdução ao turismo (D. M. R. Corner, Trans.). São Paulo: Editora Roca Ltda.

Pena, A. (2009). O que parece é – Salazar, Franco e a propaganda contra a Espanha democrática (J. Fallorca, Trans.). Lisboa: Tinta da China.

PT/FAQ/AF/001/0363/00012, Correspondência AFC-AF, Caixa 0028, Carta de Marquês de Quintanar. Monte Estoril, 08 de Janeiro de 1936.

Razola, M. I. (1996). O estado novo e o apoio à causa franquista. In F. Rosas (Ed.), Portugal e guerra civil de Espanha (pp. 36-63). Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa.

Rocha, C. C. (2015, October 7). Juan Carlos. Cascais procura casa para rei passar férias no Estoril. I, pp. 22-25.

Rosas, F. (1988). O salazarismo e a aliança luso-britânica (Estudos sobre a política externa do estado novo nos anos 30 e 40). Lisboa: Editorial Fragmentos, Ltda.

______ (2005). Lisboa revolucionária, 1908-1975. Lisboa: Tinta da China.

Salazar, N. B. (2010). Envisioning eden – Mobilizing imaginaries in tourism and beyond. New York/Oxford: Berghahn Books.

Saramago, J. (2011). O ano da morte de Ricardo Reis (20th ed.). Alfragide: Editorial Caminho, SA. (Original work published 1984).

Serrão, J., & Marques, A. H. O. (1990). Nova história de Portugal. Volume XII – Portugal e o estado novo (1910-1960). Lisboa: Editorial Presença.

Smith, M. K. (2007). Issues in cultural studies. London/New York: Routledge. (Original work published 2003).

Smith, H. (2007). Seventy years of waiting: A turning point for interpreting the Spanish civil war? In Chris Ryan (Ed.), Battlefield tourism: History, place and interpretation (pp. 99-110). Oxford: Elsevier.

Stone, P. R. (2005). Dark tourism consumption – A call for research. e-Review of Tourism Research (eRTR), 3(5), 109-117.

Thomas, H. (1987). A guerra civil de Espanha (2nd ed.) (D. Gonçalves, Trans.). Vol. I. Lisboa: Pensamento Editores Livreiros, Lda. (Original work published 1961).

Vicente, A.P. (2003). Espanha e Portugal – Um olhar sobre as relações peninsulares no século XX. Lisboa: Tribuna de História.

Walter, T. (2009). Dark tourism: Mediating between the dead and the living. In R. Sharpley & P. Stone (eds.), The darker side of travel – The theory and practice of dark tourism (pp. 39-55). UK/USA/Canada: Channel View Publications.

Wheeler, D. (1986). A ditadura militar portuguesa, 1926-1933 (A. S. do Paço, Trans.). Mem Martins: Publicações Europa-América.

Winter, C. (2009). Tourism, social memory and the great war. Annals of Tourism Research, 36(4), 607-626.

Yuill, S. M. (2003). Dark tourism: Understanding visitor motivation at sites of death and disaster. (Unpublished masters thesis). Texas A & M, Texas.

Downloads

Publicado

2023-06-13

Como Citar

Carvalho, C. (2023). 1930s sunny coast & the Spanish market: A blast from the past. Tourism and Hospitality International Journal, 6(1), 74–87. https://doi.org/10.57883/thij6(1)2016.30285