A experiência turística gastronómica em Portugal e as aplicações de encontro.
Estudo de caso da start-up Timeletft
DOI:
https://doi.org/10.57883/thij23(1)2024.37942Palavras-chave:
Timeleft, turismo gastronómico, turismo em Portugal, aplicação de encontrosResumo
O final do século XX trouxe uma transformação global impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico, principalmente pela internet, que interligou pessoas de forma rápida e acessível, facilitando a criação de comunidades online e relações sociais baseadas em interesses e valores partilhados. Com o advento dos smartphones e das redes sociais online, as aplicações móveis (apps) tornaram-se ferramentas essenciais para a gestão do quotidiano e das relações interpessoais. A popularidade das apps, principalmente desde a década de 2010, suportada por algoritmos, geolocalização e dados pessoais, facilitou a procura por encontros e relações sociais. Este artigo visa avaliar esta dinâmica, por via da análise mais detalhada da aplicação Timeleft, que promove jantares entre desconhecidos todas as quartas-feiras em várias cidades do mundo, e o seu impacto na experiência turística gastronómica em Portugal. Através da aplicação de questionários a turistas e residentes, a investigação analisa as perceções dos utilizadores sobre a relevância da app nas suas experiências gastronómicas durante a sua estadia em Portugal. Os resultados demonstram que a Timeleft tem um papel importante na promoção da socialização entre desconhecidos, principalmente em eventos gastronómicos em grandes centros urbanos. Este artigo contribui para o conhecimento da interação entre tecnologia, turismo e socialização, preenchendo uma lacuna na investigação sobre o impacto das aplicações de encontros no turismo gastronómico, especialmente em Portugal.
Referências
Bazeley, P., & Jackson, K. (2013). Qualitative data analysis with NVivo (2.ª ed.). Londres, Reino Unido: Sage.
Boyd, D. (2010). Social network sites as networked publics: Affordances, dynamics, and implications. In Z. Papacharisi (Ed.), A networked self (pp. 47-66). Routledge.
Brennan, S. (2020). How dating apps have changed our social interactions. Discover Magazine. Disponível em https://www.discovermagazine.com/technology/how-dating-apps-changed-our-love-lives-for-better-or-worse.
Byron, P., Albury, K., & Pym, T. (2021). Hooking up with friends: LGBTQ+ young people, dating apps, friendship, and safety. Media, Culture & Society, 43(3), 497–514. https://doi.org/10.1177/0163443720972312.
Castells, M. (2004). A galáxia da internet: Reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Fundação Calouste Gulbenkian.
Castro, A., & Barrada, J. R. (2020). Dating apps and their sociodemographic and psychosocial correlates: A systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(18), 6500. https://doi.org/10.3390/ijerph17186500.
Condie, J., Lean, G., & Wilcockson, B. (2017). The trouble with Tinder: The ethical complexities of researching location-aware social discovery apps. The Ethics of Online Research, 2, 135-158.
Everett, S., & Aitchison, C. (2008). The role of food tourism in sustaining regional identity: A case study of Cornwall, South West England. Journal of Sustainable Tourism, 16(2), 150–167. https://doi.org/10.2167/jost696.0.
Gheorghe, G., Tudorache, P., & Nistoreanu, P. (2015). Gastronomic tourism, a new trend for contemporary tourism? Cactus Tourism Journal, 9(1), 12–21.
Hall, C. M., & Sharples, L. (Eds.). (2003). Food tourism around the world: Development, management and markets. Oxford: Butterworth-Heinemann.
Henriques, C. & Custódio, M. J. (2009). Turismo e gastronomia: A valorização do património gastronómico na região do Algarve. Encontros Científicos – Tourism & Management Studies, 6, 69-81.
Hjalager, A.-M., & Richards, G. (Eds.). (2002). Tourism and gastronomy. Routledge.
Hobbs, M., Owen, S., & Gerber, L. (2016). Liquid love? Dating apps, sex, relationships and the digital transformation of intimacy. Journal of Sociology, 52(4), 739-753. https://doi.org/10.1177/1440783316662718.
James, D., Condie, J., & Lean, G. (2019). Travel, Tinder, and gender in digitally mediated tourism encounters. In C. Nash, & A. Gorman-Murray (Eds.), The geographies of digital sexuality (pp. 49–68). Singapura: Palgrave Macmillan. https://doi.org/10.1007/978-981-13-6876-9_4.
Jung, J., Bapna, R., Ramaprasad, J., & Umyarov, A. (2019). Love unshackled: Identifying the effect of mobile app adoption in online dating. Mis Quarterly, 43(1).
LeFebvre, L. (2018). Swiping me off my feet: Explicating relationship initiation on Tinder. Journal of Social and Personal Relationships, 35(9), 1205-1229.
Leurs, E., & Hardy, A. (2019). Tinder tourism: Tourist experiences beyond the tourism industry realm. Annals of Leisure Research, 22(3), 323-341.
Muñoz, K. E., & Chen, L. H. (2023). Can dating app users’ self-disclosure foster travel intentions? An appnography approach. Journal of Hospitality and Tourism Management, 55, 493-501.
OMT. (2017). Gastronomy tourism: An opportunity for sustainable development. OMT. https://www.e-unwto.org/doi/book/10.18111/9789284418700.
Organização Mundial do Turismo. (2021). Turismo gastronómico e enológico. UNWTO. https://www.unwto.org.
Pardal, J. M. R. (2020). Tinder: Estratégias de dissolução utilizadas em aplicações de dating online entre jovens adultos em Portugal (Dissertação de Mestrado, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Portugal).
Possamai, A. M. P., & Peccini, R. (2011). Turismo, história e gastronomia – Uma viagem pelos sabores. EDUCS Editora.
Quan, S., & Wang, N. (2004). Towards a structural model of the tourist experience: An illustration from food experiences in tourism. Tourism Management, 25(3), 297-305.
Richards, G. (2012). Food and the tourism experience. In World Tourism Organization (2012b) Global report on food tourism. AM Reports: volume four. Madrid: World Tourism Organization, 20-21.
RTP (2023). Turismo de Portugal investiu recorde de 800 mil euros para promover gastronomia. RTP Notícias. Disponível em https://www.rtp.pt/noticias/economia/turismo-de-portugal-investiu-recorde-de-800-mil-euros-para-promover-gastronomia_n1538236.
Silva, C. N. (2013). A cartografia em sala de aula na explicação do espaço geográfico [The cartography in the explanation of geographic space]. Acta Geográfica, 7(15), 55-68.
Sormaz, Ü., Akmese, H., Gunes, E., & Aras, S. (2016). Gastronomy tourism as a sustainable alternative for local economic development. Procedia Economics and Finance, 39, 725-730.
STATISTA (2024). Number of mobile app downloads worldwide from 2016 to 2023. Disponível em https://www.statista.com/statistics/271644/worldwide-free-and-paid-mobile-app-store-downloads/.
UNESCO (2017). Dieta mediterrânica. Comissão Nacional da UNESCO, Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Vieira, J., & Sepúlveda, R. (2017). A aplicação de online dating Tinder na imprensa Portuguesa. Uma análise exploratória entre 2012-2017. XV Congresso IBERCOM, Lisboa, 16 a 18 de novembro de 2017. ASSIBERCOM – Associação Ibero-Americana de Pesquisadores da Comunicação.
WTTC (2024). Travel and tourism economic impact 2024 factsheet. World Travel & Tourism Council. Disponível em https://researchhub.wttc.org/factsheets/europe.
Wu, S., & Trottier, D. (2022). Dating apps: A literature review. Annals of the International Communication Association, 1–25. https://doi.org/10.1080/23808985.2022.2069046.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Cláudia Ribeiro de Almeida, Roberta Alvarenga Jorge, Ana Isabel Renda

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.