Calcificações Coronárias em TC do Tórax em Doentes COVID-19: Prevalência e Impacto Clínico

Autores

  • João Carvalho Serviço de Radiologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-6213-5854
  • Willian Schmitt Serviço de Radiologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal
  • Joana Pinto Serviço de Radiologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0001-8153-6592
  • Alysson Carvalho Cardiovascular Research and Development Center, Department of Surgery and Physiology, Faculty of Medicine of the University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-2708-7735
  • João Amorim Serviço de Radiologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-0801-5867
  • Manuela França Serviço de Radiologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-1068-8577

DOI:

https://doi.org/10.25748/arp.26633

Resumo

Introdução: Estudos recentes demonstraram a relação complexa entre infeção por COVID-19, doença cardiovascular e mau prognóstico. Neste contexto, a avaliação das calcificações das artérias coronárias (CAC) pode ser uma ferramenta adicional na estratificação do risco clínico destes doentes.

Métodos: Neste estudo retrospetivo foram recrutados 105 doentes consecutivos infetados com COVID-19, que realizaram TC do tórax sem gating cardíaco, numa única instituição entre Abril e Julho de 2020. As CAC foram avaliadas por dois observadores independentes e classificadas com ausentes, ligeiras, moderadas ou severas. O processo clínico dos doentes foi consultado para informação sobre variáveis demográficas, proteína C reativa à admissão, número de dias hospitalizado, necessidade de suporte ventilatório e morte. Os relatórios originais das TC foram consultados para verificar se mencionavam a presença de CAC.   

Resultados: Sessenta e seis (63%) dos doentes avaliados apresentavam CAC na TC. Doentes com qualquer grau de CAC tiveram maior probabilidade de precisar de suporte ventilatório (OR: 3,6) e de morrer (OR: 8,9). Doentes com CAC severas tiveram maior probabilidade de precisar de suporte ventilatório (OR: 4,1), e com CAC moderadas maior probabilidade de morrer (OR: 11,1). Doentes com CAC estiveram internados durante mais tempo (p=0,038). Apenas 21% dos relatórios originais (22 doentes) incluíram informação sobre CAC, mas estas foram mencionadas em 52% (12 doentes) dos relatórios dos doentes com CAC severas.

Conclusão: As CAC estão associadas a pior prognóstico em doentes infetados com COVID-19, e podem ser usadas como uma ferramenta adicional na estratificação do risco clínico destes doentes. As CAC devem ser incluídas no relatório do radiologista sempre que observadas.

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Publicado

2022-12-30

Edição

Secção

Artigos Originais