Do miasma ao contágio
DOI:
https://doi.org/10.57759/aham2021.33022Palavras-chave:
Contágio, Hipócrates, Medicina Hipocrática, Miasma, Peste, FracastoroResumo
A constatação de que parte significativa de uma população é simultaneamente afetada pela doença é antiga. No entanto, a caracterização desse fenómeno variou ao longo do tempo, nomeadamente no quadro médico. Hipócrates, cuja influência na medicina europeia foi marcante até finais do século XVIII, descreveu, sob a designação de epidemias, situações diversas de endemia, que atribuiu à “constituição” peculiar do lugar afetado num dado momento. Mas não abordou especificamente o fenómeno da transmissão de uma doença através do contacto de pessoas saudáveis com pessoas infetadas por uma doença. Daí que a primeira descrição de uma epidemia, da autoria do historiador Tucídides, não encontre paralelo na literatura médica do seu tempo, mas não deixou de suscitar o esforço retrospetivo de médicos relevantes, nomeadamente Galeno, para explicar o fenómeno da transmissão. A teoria do contágio é relativamente recente, devendo-se a Girolamo Fracastoro, no século XVI. Este médico e humanista recebe a palavra contágio da tradição intelectual latina e dá-lhe o estatuto de um conceito central da ciência e da prática médicas.
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