O “casamento conveniente” e a situação das mulheres brancas e mestiças em São Tomé e Príncipe, nos séculos XVII e XVIII
DOI:
https://doi.org/10.57759/aham2020.34504Palavras-chave:
São Tomé e Príncipe, Elite mestiça, Fenótipo, Casamento, DesafricanizaçãoResumo
Por razões diversas, a principal das quais foi a elevada mortalidade dos colonos brancos, desde muito cedo se impôs no arquipélago de São Tomé e Príncipe uma elite mestiça terratenente. Essa elite procurou diferenciar-se em absoluto da massa, demograficamente dominante, da população negra, para o que precisou garantir que, embora ameaçado pelos cruzamentos “africanos”, o fenótipo não se afastava demasiado do padrão europeu. É aqui que entra a estratégia do “casamento conveniente”. Pelo menos uma das filhas, através de dote avultado ou herança, devia ser capaz de atrair um candidato de origem europeia, se possível, mas não obrigatoriamente, com algum estatuto social. Trata-se daquilo a que poderíamos chamar uma “estratégia de branqueamento” ou de “desafricanização”, esforço em que as famílias mestiças eram acompanhadas pelas raras famílias brancas do arquipélago.
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