Bloquenios de Nervos Periféricos Guiados por Ecografia 3D e 4D: Uma Revisão Sistemática
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.27069Palavras-chave:
anestésico local, bloqueios de nervos periféricos, ecografia 3D, ecografia 4D, BNP guiado por ecografia 3D ou 4DResumo
Introdução:O uso da ecografia (ECO) 3D e 3D em tempo real (conhecida como 4D) como técnica de imagem para a realização de bloqueios de nervos periféricos (BNP) apresenta algumas vantagens em relação à ecografia 2D. O objetivo desta revisão é sintetizar os atuais dados na literatura existente sobre a viabilidade em utilizar ecografia 3D e 4D na realização de BNP em oposição à ECO 2D clássica.
Metodologia:Trata-se de uma revisão sistemática da literatura científica em inglês sobre o tema pesquisada em duas bases de dados: PubMed e Embase até março de 2020, realizada para estabelecer a oportunidade do uso das técnicas de imagem em questão na realização de BNP comparadas com a estandardizada ECO 2D. Os critérios de inclusão dos estudos para revisão foram: pacientes e voluntários saudáveis que consentiram a realização de BNP; a intervenção estudada foi qualquer BNP guiado por ecografia 3D ou 4D; as condições de interesse foram aquelas que exigiam o emprego de BNP no seu tratamento; foi realizada comparação com a técnica BNP guiada por ecografia 2D standard; foram diversos os resultados de interesse: taxa de sucesso do bloqueio, dispersão circunferencial do anestésico local ao redor do nervo que se deseja bloquear, taxa de falha, e taxa de complicações.
Os critérios de exclusão foram: o emprego da ecografia 3D e 4D para outros procedimentos que não o BNP; intervenções para as quais o BNP foram realizados, mas sem o auxílio de imagens de ECO 3D ou 4D; estudos noutras línguas que não o inglês.
Resultados:11 estudos envolvendo um total de 94 indivíduos (pacientes e voluntários saudáveis) foram incluídos numa síntese qualitativa, sendo a maioria deles (8 de 11) relatos de casos e séries de casos. Os estudos descreveram diferentes tipos de BNP e em cada estudo as vantagens e desvantagens da utilização da ECO 3D ou 4D identificadas pelos autores foram devidamente registadas. No global o número de vantagens identificadas é superior ao número de desvantagens (20 vs. 11). Não foram também relatadas complicações major em nenhum dos 11 estudos.
Discussão e Conclusões:Identificou-se um balaço positivo entre as vantagens e as desvantagens nos métodos de imagem de ECO 3D e 4D em BNP comparativamente à ECO 2D, portanto, o emprego dessas técnicas de imagem no campo da anestesia regional pode representar uma opção promissora. No entanto, devido à fraca força de evidência dos estudos incluídos, pesquisas futuras são necessárias.
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