Oxigenoterapia hiperbárica e o doente crítico
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.33204Palavras-chave:
Oxigenoterapia Hiperbárica, Cuidados Intensivos, Doente Crítico, Unidades de Cuidados Intensivos, Doença Descompressão, Embolia Gasosa, Gangrena GasosaResumo
Introdução
Muitas das indicações aceites para tratamento com oxigenoterapia hiperbárica podem ocorrer no doente crítico. Dado a sua utilização crescente, urge rever a literatura atual e adaptar as orientações internacionais à realidade portuguesa.
Material e Métodos
Apresenta-se uma revisão não sistemática cuja revisão bibliográfica foi concluída em maio 2023. Foi utilizada a base de dados PubMed com os seguintes termos de pesquisa MeSH: hyperbaric oxygen therapy, hyperbaric oxygenation, critically ill, intensive care, critical care. Foram revistos todos os artigos que citaram as recomendações mais recentes para a abordagem do doente crítico em ambiente hiperbárico da European Committee for Hyperbaric Medicine de 2017.
Resultados
Após a pesquisa inicial foram obtidas 51 publicações. Após leitura dos títulos dos artigos foram selecionados 29 artigos. Foram depois excluídos 9 artigos: 5 por resumo não disponível, 3 por âmbito do artigo não relacionado com o tema e 1 por se tratar de publicação do protocolo de estudo. A seleção foi feita com base na relevância do tema e na metodologia utilizada.
Discussão
O tratamento de doentes críticos com oxigenoterapia hiperbárica requer equipamento especializado e pessoal com competência em medicina intensiva e em medicina hiperbárica, com conhecimento da fisiologia e dos riscos da oxigenoterapia hiperbárica. Os centros de medicina hiperbárica têm características específicas e díspares em termos de localização, tipologia de câmaras, ambiente e segurança. Por outro lado, o doente crítico também requer condições específicas de monitorização e tratamento. A oxigenoterapia hiperbárica não deve nunca atrasar ou interromper a abordagem global do doente crítico. Não se devem alterar ou interromper a monitorização do doente ou os tratamentos em curso. Qualquer efeito desta terapêutica deve ser estritamente avaliado e apropriadamente mitigado. Os tratamentos em câmara hiperbárica podem ser administrados com segurança ao doente crítico.
Conclusão
Acredita-se que um número crescente de doentes críticos possam ser referenciados e vir a beneficiar de tratamentos hiperbáricos. A oxigenoterapia hiperbárica deve ser incluída na abordagem dos doentes em Unidade de Cuidados Intensivos sempre que os benefícios gerados superem os potenciais riscos, não atrasando ou interrompendo os tratamentos concomitantes.
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