Analgesia de parto: Abordagem do neuroeixo e satisfação materna
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.8337Palavras-chave:
Analgesia Obstétrica, Dor de Parto, Parto Obstétrico, Satisfação do DoenteResumo
Introdução: O trabalho de parto pode causar dor intensa e sofrimento materno, pelo que o pedido da grávida é indicação suficiente para iniciar a analgesia do neuroeixo. Tem surgido novas tecnologias para administração dos fármacos epidurais durante a manutenção da analgesia. Esta pode ser efetuada através de continuous epidural infusion (CEI), bolus intermitentes manuais, programmed intermitente epidural bolus (PIEB), patient-controlled epidural analgesia (PCEA) ou computer-integrater PCEA (CI-PCEA). É importante comparar as várias opções e perceber quais as vantagens de cada uma. A satisfação materna é multifatorial e difícil de avaliar. A qualidade da analgesia é um dos fatores envolvidos e para melhorar os serviços prestados será necessário tornar claro o seu contributo e conhecer os outros fatores.
Objetivo: Com este artigo pretende-se rever a literatura recente sobre a analgesia do neuroeixo no trabalho de parto, com especial enfase nas técnicas de manutenção da analgesia e na satisfação materna.
Material e métodos: Esta revisão baseou-se na bibliografia que abordava este tema, publicada nos últimos 5 anos nas bases de dados PubMed, Web of Science e Scopus.
Resultados: Para iniciar a analgesia do neuroeixo, parece não haver vantagem em usar por rotina a técnica combinada em relação à epidural em baixa dose. A PIEB permite uma melhor difusão da solução analgésica no espaço epidural do que a CEI, resultando em menor consumo de fármacos e menos episódios de dor. A PCEA proporciona autonomia à grávida e pode ser usada com ou sem uma perfusão basal ou ainda associada a PIEB. Esta última combinação apresenta melhores resultados, com menores scores de dor e menor carga de trabalho para o anestesiologista. O envolvimento materno na tomada de decisões, a relação da grávida com os cuidadores, o apoio dos profissionais de saúde e as expectativas pessoais são fatores importantes para a satisfação materna. A analgesia epidural de baixa dose associa-se a maior satisfação. A técnica PIEB ao diminuir os episódios de dor e a PCEA ao proporcionar autonomia estão igualmente associados a maior satisfação.
Conclusões: Nos últimos anos têm surgido desenvolvimentos tecnológicos na manutenção da analgesia de parto, por via epidural, com preocupação crescente com o bem-estar e a satisfação materna. No entanto, são necessários estudos prospetivos, bem formulados, para concluir qual o esquema que proporciona melhor analgesia, bem como para avaliar de forma eficaz a satisfação materna com a experiência do parto.
Palavras-chave: Analgesia de parto, parturiente e satisfação materna.
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