Rota de fuga para a soberania territorial em contextos minerários periféricos
Narrativas visibilizadas e invisibilizadas a partir de Congonhas/ Minas Gerais (Brasil)
Palabras clave:
Contexto minerário periférico, Congonhas (Brasil), rota de fuga, soberania territorial, mídias digitaisResumen
A mineração, enquanto modo de produção extrativista, está intimamente relacionada com a questão urbana, não necessariamente enquanto reduto de cidadania, mas de infraestrutura voltada ao funcionamento dos processos minerários. Congonhas, Minas Gerais, Brasil, recorte estudado pela pesquisa faz parte do contexto periférico minerário que corresponde à borda das centralidades globais. Em termos de poder econômico-capitalista, é nas bordas que se configura a base territorial de ganhos reproduzidos em commodities globais. Congonhas, contexto minerário periférico, é entendido nesta pesquisa como lugar de colonialidade persistente. O que se questiona na pesquisa é: Seria possível imaginar uma rota de fuga desta condição de subordinação que subsidia e mantém procedimentos expropriatórios de riquezas naturais? São estas lógicas reprodutivas que suprimem compreensões de existência e de cidadania plena. Dos resultados da pesquisa o que se evidencia é que a resistência coletiva territorial e difundida nas mídias digitais por parte de movimentos sociais organizados, vai rumo à soberania territorial e política. É desses movimentos que emergem contra-narrativas visando os direitos humanos, do território e da natureza.
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