Perceber a diferença: a observação participante enquanto metodologia na investigação sócio-espacial

Auteurs-es

Mots-clés :

diferença, observação participante, planejamento urbano, epistemologia, interseccionalidade

Résumé

O presente ensaio pretende debater como é possível trabalhar com a percepção de eixos de diferenciação em contextos de investigações sócio-espaciais, contribuindo para a construção do campo do Planejamento Urbano, que vivencia constantes crises epistemológicas desde sua origem recente. Essa contribuição interdisciplinar se contextualiza na demanda das dimensões do objeto urbano, cuja reflexividade teórica, tradicional das Ciências Sociais, não tem historicamente sido atendida. Pensar as diferenças a partir de eixos de diferenciação contribui para fornecer uma sensibilidade no olhar do investigador quando em campo, buscando demonstrar, a partir da metodologia de observação participante, possíveis caminhos para pensar potenciais soluções de dilemas epistemológicos e metodológicos referentes ao trabalho sócio-espacial.

Bibliographies de l'auteur-e

Gabriel Barth da Silva, Universidade Federal do Paraná

Doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em Sociologia pela Universidade do Porto (reconhecido pela Universidade Federal de Minas Gerais) e Bacharel em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (reconhecido como Mestrado em Psicologia pela Universidade do Minho, em Portugal). Participa do Núcleo de Estudos de Gênero (NEG) da Universidade Federal do Paraná. É bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil, e atua principalmente em temas envolvendo práticas culturais, com ênfase na experiência musical.

Júlia Silveira, Universidade Federal do Paraná

Mestranda em Planejamento Urbano pela Universidade Federal do Paraná e Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela mesma universidade. É bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, Brasil). Investiga sobre planejamento urbano, em especial em sua esfera participativa e insurgente.

Références

Adler, P. A., Adler, P., & Johnson, J. M. (1992). Street Corner Society Revisited: New Questions About Old Issues. Journal of Contemporary Ethnography, 21(1), 3-10.

Becker, H. (1996). A escola de Chicago. Mana, 2(2), 177–188.

Brah, A. (2006). Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, (26), 329–376. https://doi.org/10.1590/S0104-83332006000100014

Brenner, N. (2018). Espaços da urbanização: o urbano a partir da teoria crítica. Rio de Janeiro: Letra Capital.

Burgess, R.G. (1984). In the Field: An Introduction to Field Research. London and New York: Routledge.

Caldeira, T. P. R. (2016). Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34.

Carneiro, S. (2023). Dispositivo da Racialidade: A construção do outro como não ser como fundamento do ser. Rio de Janeiro: Zahar.

Coelho, M. C. (2010). Narrativas da Violência: a dimensão micropolítica das emoções. Mana, 16,(2), 265-285. https://doi.org/10.1590/S0104-93132010000200001

Connell, R. (2016). Gênero em termos reais. São Paulo: nVersos.

Cordeiro, G. I. (1997). Um lugar na cidade. Lisboa: Etnográfica Press. https://doi.org/10.4000/books.etnograficapress.2255

Cordeiro, G. I. (2010). As cidades fazem-se por dentro: desafios de etnografia urbana. Cidades, Comunidades e Territórios, (20/21), 111-121.

Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo.

Fanon, F. (2020). Pele negra, máscaras brancas. São Paulo: Ubu Editora.

Foucault, M. (2022). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Hall, P. (2016). Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto urbanos no século XX. 4º ed. São Paulo: Editora Perspectiva SA.

hooks, b. (2020). Teoria feminista: da margem ao centro. São Paulo: Editora Perspectiva SA.

Kapp, S. (2012). Uma tipologia de espaços cotidianos. Risco Revista De Pesquisa Em Arquitetura E Urbanismo (Online), (15), 5-20. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4506.v0i15p5-20

Kowarick, L. (2000). Escritos Urbanos. São Paulo: Editora 34.

Lefebvre, H. (1999). A revolução urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Lopes, P. (2022). Deficiência na cabeça: convite para um debate com diferença. Horizontes Antropológicos, 28 (64), 297-330. https://doi.org/10.1590/S0104-71832022000300011

Lugones, M. (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, 22(3), 935–952.

Malinowski, B. (2014). Argonauts of the Western Pacific. London: Routledge.

Maricato, E. (2002). As ideias fora do lugar e o lugar fora das ideias. In: O. Arantes, C. Vainer, Carlos & E. Maricato (Ed.), A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Editora Vozes.

Marins, P. C. G. (1998). Habitação e Vizinhança: limites da privacidade no surgimento das metrópoles brasileiras. In: N. Sevcenko (Ed.), História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

Oyěwùmí, O. (1997). The invention of women: making an African sense of Western gender discourses. Minneapolis: University of Minnesota Press.

Peirano, M. (2014). Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, 20(42), 377–391. https://doi.org/10.1590/s0104-71832014000200015

Pírez, P. T. (2018). Analizar la urbanización latinoamericana a partir de la heterogeneidade de modalidades de producción y consumo. Risco Revista De Pesquisa Em Arquitetura E Urbanismo (Online), (16) 3, 45-62. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4506.v16i3p45-62

Raposo, O. (2014). Estética e sociabilidade entre os b-boys da Maré: driblando as fronteiras do tráfico. Ponto Urbe (Online), 14. https://doi.org/10.4000/pontourbe.1371

Randolph, R. (2013). Em busca de uma agenda para o Planejamento Urbano e Regional: uma homenagem a Ana Clara Torres Ribeiro. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 15, (1), 11-31. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2013v15n1p11

Ribeiro, A. C. T. (2002). O ensino do planejamento urbano e regional – propostas à ANPUR. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 4 (½), 63-73. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2002v4n1-2p63

Ribeiro, A. C. T. (2007). A força do passado: nem tudo que é sólido desmancha no ar. In: S. Feldman & A. Fernandes (Ed.), O urbano e o regional no Brasil contemporâneo: mutações, tensões, desafios. Salvador: EDUFBA.

Santos, M. (2007). O espaço do cidadão. São Paulo: Edusp.

Strathern, M. (2014). O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify.

Velho, G. (1981). A Utopia Urbana: um estudo de antropologia social. Rio de Janeiro: ZAHAR.

Whyte, W. F. (2005). Sociedade de Esquina: A estrutura social de uma área urbana degradada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Téléchargements

Publié-e

2024-09-19

Numéro

Rubrique

Essay