Desenvolvimento ou Pós-Desenvolvimento? Des-Envolvimento e... Noflay!
DOI:
https://doi.org/10.4000/cea.2335Keywords:
desenvolvimento, desenvolvimento comunitário, desenvolvimento sustentável, pós-desenvolvimento, buen vivir, noflayAbstract
Pretende-se, neste artigo, contribuir para o debate e a reflexão sobre o sentido, a pertinência e a actualidade do conceito de desenvolvimento, tendo como provocação as críticas que lhe têm sido dirigidas pelos autores da corrente do “pós-desenvolvimento”. É ainda útil e pertinente falar e utilizar o conceito de desenvolvimento? Ou é uma palavra e um conceito definitivamente pervertido, desqualificado e irrecuperável, como defendem os “pós-desenvolvimentistas”? Assume-se neste artigo que a atitude mais interessante e enriquecedora é a que coloca alguns destes conceitos em diálogo e em interacção uns com os outros. Por isso, e simbolicamente, se termina propondo um diálogo inovador e desafiante entre o “des-envolvimento” (redescoberta semântica do sentido original dessa palavra) e o “noflay” (palavra que, em língua wolof, do Senegal, quer dizer “bem-estar” ou “estar bem”), como uma das propostas mais recentes para este debate a partir de um continente normalmente esquecido – a África.References
AA.VV. (1968). La Carta de Argel. El Trimestre Económico, 35 (138)(2), 343-364.
AA.VV. (2009). La agonía de un mito: Como reformular el “desarrollo”? América Latina en Movimiento, 445 (número temático).
Acosta, A. (2010). El Buen Vivir en el camino del post-desarrollo: Una lectura desde la Constitución de Montecristi. Fundación Friedrich Ebert (online), Policy Paper 9, pp. 1-43. Disponível em: http://library.fes.de/pdf-files/bueros/quito/07671.pdf
Acosta, A. (2014). El Buen Vivir, más allá del desarrollo. In G. D. Ramos (Org.), Buena vida, buen vivir: Imaginarios alternativos para el bien común de la humanidad (pp. 2-60). México, UNAM: Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades (online). Disponível em: http://computo.ceiich.unam.mx/webceiich/docs/libro/Buena Vida%20BuenVivir.pdf
Alvares, C. (1994). Science, development and violence: The revolt against modernity. Oxford & Nova Deli: Oxford University Press.
Amaro, R. R. (1990). Desenvolvimento e injustiça estrutural. Communio, 5, pp. 449-459.
Amaro, R. R. (2003). Desenvolvimento - Um conceito ultrapassado ou em renovação? Da teoria à prática e da prática à teoria. Cadernos de Estudos Africanos, 4, pp. 40-60.
Amaro, R. R. (2009). Desenvolvimento local. In A. D. Cattani et al. (Coord.), Dicionário internacional da outra economia (pp. 108-113). Coimbra: Almedina & CES.
Amaro, R. R. (2016). A sustentabilidade das organizações de economia solidária - Proposta de conceptualização e de avaliação. Revista de Economia Solidária, 1, pp. 11-29.
Amin, S. (1973). Le développement inégal. Essai sur les formations sociales du capitalisme périphérique. Paris: Éditions de Minuit.
Amin, S. (1976). L’impérialisme et le développement inégal. Paris: Éditions de Minuit.
Amin, S. (1986). La déconnexion: Pour sortir du système mondial. Paris: La Découverte.
Arndt, H. W. (1987). Economic development: The history of an idea. Chicago: The University of Chicago Press.
Arrighi, G. (2002). The long twentieth century: Money, power and the origins of our times. Londres & Nova Iorque: Verso.
Bahro, R. (1984). From red to green. Londres: Verso.
Barsky, R. B., & Kilian, L. (2002). Do we really know that oil caused the great stagflation? A monetary alternative. NBER Macroeconomic Annual 2001, 16, pp. 137-197. Cambridge: MIT.
Boff, L. (2009). ¿Vivir mejor o el “buen vivir”? Agencia Latinoamericana de Información (online). Disponível em: http://www.alainet.org/es/active/29839
Brenner, Y. S. (2013). “The Soviet theories”. Theories of economic development and growth (pp. 223-247). Nova Iorque: Praeger. (Obra original publicada em 1966)
Carmo, H. (1999). Desenvolvimento comunitário. Lisboa: Universidade Aberta.
Clarkson, S. (1978). The Soviet theory of development: India and the Third World in marxist-leninist scholarship. Toronto: University of Toronto Press.
Cypher, J. M., & Dietz, J. L. (1997). The process of economic development. Londres: Routledge.
Dávalos, P. (2014). Reflexiones sobre el Sumak Kawsay (el Buen Vivir) y las teorías del desarrollo. In A. Hidalgo-Capitán et al. (Orgs.), Sumak Kawsay Yuyay: Antología del pensamiento indigenista ecuatoriano sobre Sumak Kawsay (pp. 143-151). Huelva & Cuenca: FIUCUHU.
Diagne, M. (1999). Comment dit-on « Développement » en wolof ? Ethiopiques, 62, pp. 111-115.
Dos Santos, T. (1978). Imperialismo y dependencia. Cidade do México: Era.
Dos Santos, T. (2000). A teoria da dependência: Balanço e perspectivas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Escobar, A. (1995). Encountering development: The making and unmaking of the Third World. Princeton: Princeton University Press. (Obra original publicada em 1951)
Escobar, A. (1988). Power and visibility: Development and the invention and management of the Third World. Cultural Anthropology, 3(4), 428-443.
Esteva, G. (1992). Development. In W. Sachs (Org.), The development dictionary: A guide to knowledge as power (pp. 6-25). Londres & Nova Iorque: Zed Books.
Esteva, G. (2009). Más allá del desarrollo: La buena vida. América Latina en Movimiento, 445, pp. 1-5.
Faletto, E., & Cardoso, F. H. (1970). Dependência e desenvolvimento na América Latina: Ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar.
Feldman, G. A. (1964). On the theory of growth rates of national income. In N. Spulber (Ed.), Foundations of Soviet strategy for economic growth. Bloomington: Indiana University Press.
Fragoso, A. (2005a). Desenvolvimento participativo: Uma sugestão de reformulação conceptual. Revista Portuguesa de Educação, 18(1), 34-44.
Fragoso, A. (2005b). Contributos para o debate teórico sobre o desenvolvimento local: Um ensaio baseado em experiências investigativas. Revista Lusófona de Educação, 5, pp. 63-83.
Frank, A. G. (1966). The development of underdevelopment. Nova Iorque: Monthly Review Press.
Friedmann, J. (1996). Empowerment: Uma política de desenvolvimento alternativo. Oeiras: Celta.
Gonçalves, T. et al. (2014). Gross National Happiness: Um novo contributo ao conceito de Desenvolvimento. Economia Solidária, 6, pp. 180-225.
González, F. J. A. (2011). El Buen Vivir, un paradigma anticapitalista. Visiting Academic, University of Cambridge, Winter 2011, pp. 1-34.
Gudynas, E. (2011). Buen Vivir: Today’s tomorrow. Development, 54(4), 441-447.
Harvey, D. (2005). A brief history of neoliberalism. Oxford & Nova Iorque: Oxford University Press.
Hidalgo-Capitán, A. L. et al. (2014a). El pensamiento indigenista ecuatoriano sobre Sumak Kawsay. In A. L. Hidalgo-Capitán et al. (Orgs.), Sumak Kawsay Yuyay: Antología del pensamiento indigenista ecuatoriano sobre Sumak Kawsay (pp. 23-73). Huelva & Cuenca: FIUCUHU.
Hidalgo-Capitán, A. L. et al. (Orgs.) (2014b). Sumak Kawsay Yuyay: Antología del pensamiento indigenista ecuatoriano sobre Sumak Kawsay. Huelva & Cuenca: FIUCUHU.
Keyes, C. (2002). The mental health continuum: From languishing to flourishing in life. Journal of Health and Social Behavior, 43(2), 207-222.
Latouche, S. (1999). La « double imposture » du développement durable. Geographica Helvetica, 54(2), 90-96.
Latouche, S. (2009). Sobrevivir al desarrollo: De la descolonización del imaginario económico a la construcción de una sociedad alternativa (2ª ed.). Barcelona: Icaria.
Latouche, S. (2011). Vers une société d’abondance frugale: Contresens et controverses sur la décroissance. Paris: Mille et une nuits.
Lewis, W. A. (1955). The theory of economic growth. Londres: Allen e Unwin.
Mahalanobis, P. (1953). Some observations on the process of growth of national income. Sankhyā: The Indian Journal of Statistics, 12(4), 307-312.
Marcelino, A. (2016). O desenvolvimento local e o buen vivir como alternativas para um “outro” desenvolvimento. Tese de mestrado em Estudos de Desenvolvimento, ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal.
Meadows, D. H. et al. (Orgs.) (1972). The limits to growth. Nova Iorque: Universe Books.
Meier, G. M., & Seers, D. (Eds.) (1984). Pioneers in development. Nova Iorque: Oxford University Press.
Murteira, M. (1990). Lições de Economia Política do Desenvolvimento. Lisboa: Presença.
Myrdal, G. (1957). Economic theory and under-developed regions. Londres: Duckworth.
Myrdal, G. (1968). Asian drama: An inquiry into the poverty of nations. Nova Iorque: Random House.
Nurkse, R. (1953). Problems of capital formation in underdeveloped countries. Oxford: Blackwell.
Paulo VI. (1989). Carta Encíclica “Populorum Progressio”. Lisboa: Edições Paulistas.
Perroux, F. (1962). L’économie des jeunes nations. Paris: Presses Universitaires de France.
Perroux, F. (1963). A ideia de progresso perante a ciência económica do nosso tempo. Análise Social, 1(2), 173-182.
Perroux, F. (1964). L’économie du XXe siècle (2ª ed.). Paris: Presses Universitaires de France.
Perroux, F. (1987). Ensaio sobre a filosofia do novo desenvolvimento. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Pieterse, J. N. (1998). My paradigm or yours? Alternative development, post-development, reflexive development. Development and Change, 29(2), 343-373.
Pieterse, J. N. (2000). After post-development. Third World Quarterly, 21(2), 175-191.
Priesner, S. (1999). Gross National Happiness – Bhutan’s vision of development and its challenges. Gross National Happiness: Discussion Papers (online), 4, pp. 24-52. Disponível em: http://archiv.ub.uni-heidelberg.de/savifadok/320.
Rahnema, M. (1997a). Introduction. In M. Rahnema & V. Bawtree (Eds.), The post-development reader (pp. ix-xix). Londres: Zed Books.
Rahnema, M. (1997b). Towards post-development: Searching for signposts, a new language and new paradigms. In M. Rahnema & V. Bawtree (Eds.), The post- development reader (pp. 377-403). Londres: Zed Books.
Rahnema, M. & Bawtree, V. (Eds.) (1997). The post-development reader. Londres: Zed Books.
Ramos, G.D. (Org.) (2014). Buena vida, buen vivir: Imaginarios alternativos para el bien común de la humanidad. México, UNAM: Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades, (online). Disponível em: http://computo.ceiich.unam.mx/webceiich/docs/libro/BuenaVida%20BuenVivir.pdf
Rimalov, R. (1962). Economic cooperation between the USSR and underdeveloped countries. Moscovo: Foreign Languages.
Rist, G. et al. (1992). Le Nord perdu: Repères pour l’après-développement. Lausanne: Éditions d’en bas.
Rist, G. (2008). The history of development: From Western origins to global faith (Trad. P. Camiller, 3ª ed.). Londres & Nova Iorque: Zed Books.
Rodhain, F., & Llena, C. (2006). Le mythe du développement durable. Préventique Sécurité, 85, pp. 41-47.
Rostow, W. W. (1960). The stages of economic growth: A non-communist manifesto. Cambridge: Cambridge University Press.
Sachs, W. (Org.) (1992). The development dictionary: A guide to knowledge as power. Londres & Nova Iorque: Zed Books.
Santos, B. S. (1995). Toward a new common sense: Law, science and politics in the paradigmatic transition. Nova Iorque: Routledge.
Santos, B. S. (2010). Para além do pensamento abissal: Das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In B. S. Santos & M. P. Meneses (Orgs.), Epistemologias do Sul (2ª ed.) (pp. 23-71). Coimbra: Almedina/CES.
Santos, B. S. (2014). Epistemologies of the South: Justice against epistemicide. Nova Iorque: Routledge.
Santos, B. S., & Meneses, M. P. (Orgs.) (2010). Epistemologias do Sul (2ª ed.). Coimbra: Edições Almedina/CES.
Sarr, F. (2016a). Afrotopia. Paris: Philippe Rey.
Sarr, F. (2016b). Développement: « Toute une terminologie à revoir ». Brennpunkt Drëtt Welt, 296, pp. 7-9.
Silva, M. M. (1963). Fases de um processo de desenvolvimento comunitário. Análise Social, 1(4), 538-558.
Silva, M. M. (1964). Oportunidade do desenvolvimento comunitário em Portugal. Análise Social, 2(7-8), 498-510.
So, A. Y. (1990). Social change and development: Modernization, dependency and world-systems theory. Londres: Sage.
Tortosa, J. M. (2009). Sumak Kawsay, Suma Qamaña, Buen Vivir. In Fundación Carolina, Nombres Propios, pp. 133-137. Madrid: Fundação Carolina. Disponível em: http://www.plataformabuenvivir.com/wp- content/uploads/2012/07/TortosaSumakKawsay BuenVivir09.pdf
Tyagunenko, V. L. et al. (Eds.) (1973). Industrialisation of developing countries. Moscovo: Progress.
Unceta, K. (2014). Desarrollo, postcrecimiento y Buen Vivir: Debates e interrogantes. Quito: Abya Yala.
Ura, K. (2008). Felicidade Interna Bruta (online). Disponível em: http://www.visaofuturo.org.br/pdfs2/Felicidade%20Interna%20Bruta%20- %20Dasho%20Karma%20Ura.pdf
Wallerstein, I. (1974). The modern world-system, Vol. I: Capitalist agriculture and the origins of the European world-economy in the sixteenth century. Nova Iorque & Londres: Academic Press.
Wallerstein, I. (1980). The modern world-system, Vol. II: Mercantilism and the consolidation of the European world-economy, 1600-1750. Nova Iorque: Academic Press.
Wallerstein, I. (1989). The modern world-system, Vol. III: The second great expansion of the capitalist world-economy, 1730-1840’s. San Diego: Academic Press.
Wallerstein, I. et al. (1982). Dynamics of global crisis. Londres: Macmillan.
WCED - World Commission on Environment and Development (the Brundtland Report). (1987). O nosso futuro comum. Lisboa: Meribérica.
White, S. (2009a). Analysing wellbeing: A framework for development practice. WeD Working Paper 09/44.
White, S. (2009b). Bringing wellbeing into development practice. WeD Working Paper 09/50.
Ziai, A. (2014). Post-development concepts? Buen vivir, ubuntu and degrowth. Fourth International Conference on Degrowth for Ecological Sustainability and Social Equity, Leipzig (online). Disponível em: https://co-munity.net/conference2014/science/content/post-development-concepts-buen-vivir- ubuntu-and-degrowth
Additional Files
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2018 Cadernos de Estudos Africanos

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
I authorize the publication of the submitted article/review of which I am the author.
I also declare that this article is original, that it has not been published in any other way, and that I exclusively assign the publication rights to the journal Cadernos de Estudos Africanos. Reproduction of the article, in whole or in part, in other publications or on other media is subject to the prior authorization of the publisher Centro de Estudos Internacionais do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa.