O Associativismo Feminino São-tomense em Lisboa: Uma questão de género?
DOI:
https://doi.org/10.4000/cea.650Palavras-chave:
São Tomé e Príncipe, associativismo imigrante feminino, relações de género, diásporaResumo
Neste artigo propõe-se uma análise dos esforços de mulheres são-tomenses a residir na zona de Lisboa para erigir a sua associação e, se possível, com isso melhorar as suas vidas. Essa cooperação tem como móbil a origem comum e as histórias de dificuldades vivenciadas pelas imigrantes são-tomenses na região de Lisboa.A luta com as dificuldades é diária. Tais dificuldades referem-se ao comum dos obstáculos com que se deparam os imigrantes, mas, amiúde, referem-se igualmente ao peso desigual de responsabilidades entre são-tomenses ligados por laços familiares.
Apesar das dificuldades derivadas da condição de imigrantes, apesar da idealização da terra natal, muitas mulheres não pretendem regressar, dada a equação (nem sempre verbalizada) das desvantagens do retorno ao arquipélago em termos das relações de género e da solidez dos projectos familiares. Em Lisboa, o quotidiano é difícil, mas menos incerto no tocante à longevidade dos projectos de vida familiar.
Com base em testemunhos, este artigo pretende expor hipóteses de interpretação da situação das mulheres são-tomenses e dos seus esforços de interajuda, mormente na modelação (cautelosa) das relações de género entre os são-tomenses, mais fácil em contexto migratório do que na terra natal.
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