Violência no namoro - conhecimentos e atitudes dos adolescentes e avaliação da efetividade de uma intervenção breve em alunos do ensino secundário
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v29.i2.18420Palavras-chave:
adolescente, intervenção, violência no namoroResumo
A inexperiência e a vontade de agradar ao próximo tornam os adolescentes especialmente suscetíveis a comportamentos violentos nos relacionamentos, aceitando-os como naturais e, muitas vezes, como manifestações de amor.
Este estudo pretendeu determinar a prevalência de violência no namoro (VN) numa amostra de adolescentes de uma escola secundária da região norte do país, os seus conhecimentos e atitudes sobre VN, assim como a eficácia de uma breve intervenção na capacitação dos adolescentes em lidar com esta problemática.
Estudo longitudinal, interventivo, com adolescentes de seis turmas escolhidas aleatoriamente, sendo que a três foi proporcionada uma intervenção sobre VN. Foram preenchidos os inquéritos CADRI (Inventário de Conflitos nos Relacionamentos de Namoro Adolescentes) e EAVN (Escala de Atitudes acerca da Violência no Namoro), esta última repetida no grupo submetido à intervenção.
Participaram 138 adolescentes do ensino regular e profissional. 75,5% dos adolescentes utilizavam estratégias de resolução de conflito abusivas, 33% recorriam a violência severa e 40,6% dos adolescentes eram vítimas de violência severa. O sexo masculino revelou legitimação superior da violência psicológica, física e sexual perpetrada quer pelos rapazes (VPM, VFM, VSM) quer pelas raparigas (VPF, VFF, VSF). 69 adolescentes participaram na intervenção, registando-se, nas raparigas, uma diminuição não estatisticamente significativa da legitimação da VSF; nos rapazes, houve uma diminuição não significativa da legitimação da VPM.
Uma elevada percentagem de adolescentes utilizavam estratégias de resolução de conflitos abusivas e violência severa. Apesar da participação ativa dos adolescentes durante a intervenção, o impacto desta foi inferior ao esperado.
Downloads
Referências
Caridade S. Vivências Íntimas Violentas : Uma Abordagem Científica. 1st. Braga: Almedina; 2011, p. 292.
Caridade S, Machado C. Violência nas relações juvenis de intimidade: uma revisão da teoria, da investigaçao e da prática. Psicologia. 2013; 27:91-113.
Paiva C, Figueiredo B. Abuso no relacionamento íntimo - Estudo de prevalência em jovens adultos portugueses. Psychologica. 2004; 36:75-107.
Matos M, Machado C, Caridade S, Silva MJ. Prevenção Da Violência Nas Relações de Namoro: Intervenção Com Jovens Em Contexto Escolar. Psicologia: Teoria e Prática – 2006, 8:55-75.
Machado C, Matos M, Moreira AI. Violência nas relações amorosas: Comportamentos e atitudes na população universitária. Psychologica. 2003; 33:69-83.
Hickman LJ, Jaycox LH, Aronoff J. Dating Violence among Adolescents: Prevalence, Gender Distribution, and Prevention Program Effectiveness. Trauma, Violence, Abus. 2004; 5:123-42.
Connolly J, Josephson W. Aggression in Adolescent Dating Relationships: Predictors and Prevention. Prev Res. 2007; 14:3-5.
Saavedra R, Machado C. Violence in dating relationships among adolescents: Evaluation of the impact of a program of awareness and information in schools. Anal Psicol. 2012; 30:109-30.
Paiva C, Figueiredo B. Abuso no contexto do relacionamento íntimo com o companheiro: Definição, prevalência, causas e efeitos. Psicol Sáude Doenças. 2003; 4:165-84.
Oliveira MS, Sani AI. Comportamentos dos jovens universitários face à violência nas relações amorosas. Actas do VIII Congr Galaic Psicopedag. 2005:1061-74.
Caridade S, Machado C. Violência na intimidade juvenil: Da vitimação à perpetração. Análise Psicológica. 2006; 24:485-93.
Machado C, Martins C, Caridade S. Violence in Intimate Relationships: A Comparison between Married and Dating Couples. J Criminol. 2014: 897093.
O’Keefe M. Factors mediating the link between witnessing interparental violence and dating violence. J Fam Violence. 1998; 13:39-57.
Magdol L, Moffitt TE, Caspi A, Newman DL, Fagan J, Silva PA. Gender differences in partner violence in a birth cohort of 21-year-olds: Bridging the gap between clinical and epidemiological approaches. J Consult Clin Psychol. 1997; 65:68-78.
Machado C, Caridade S, Martins C. Violence in juvenile dating relationships self-reported prevalence and attitudes in a portuguese sample. J Fam Violence. 2009; 25:43-52.
Simões MR, Almeida L, Gonçalves M, Machado C. Instrumentos e Contextos de Avaliação Psicológica (Vol. I). 1st. Coimbra: Almedina; 2011, p. 312.
O’Keefe M, Treister L. Victims of dating violence among high school students: Are the predictors different for males and females? Violence Against Woman. 1998; 4:195-223.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright and access
This journal offers immediate free access to its content, following the principle that providing free scientific knowledge to the public provides greater global democratization of knowledge.
The works are licensed under a Creative Commons Attribution Non-commercial 4.0 International license.
Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal do not charge any submission or processing fee to the articles submitted.