Alterações ao exame físico do aparelho genital em idade pediátrica - o que é diferente nem sempre é patológico – Parte I (masculino)

Autores

  • Diana Morais Costa Medicina Geral e Familiar, Unidade de Saúde Familiar Bom Porto, Agrupamento de Centros de Saúde do Grande Porto V - Porto Ocidental
  • Nuno Teles Pinto Medicina Geral e Familiar, Unidade de Saúde Familiar Fânzeres, Agrupamento de Centros de Saúde do Grande Porto II - Gondomar
  • Ana Sofia Marinho Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Materno-Infantil do Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • João Moreira Pinto erviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Materno-Infantil do Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto; EPIUnit - Instituto de Saúde Pública, Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v30.i1.18708

Palavras-chave:

anomalia, criança, exame físico, genitália externa, masculino

Resumo

Introdução: Os achados no exame físico da genitália externa em crianças são frequentemente uma fonte de preocupação para pais e cuidadores, não só pelo significado emocional que inconscientemente é atribuído a essas estruturas devido à sua função reprodutiva, como, também, pelo impacto físico e psicológico na criança.

Devido ao acompanhamento próximo e vigilância periódica da criança, o médico de família tem um papel fundamental na identificação e orientação inicial destes casos.

Objetivos: Rever a evidência sobre as principais variações e anomalias da genitália masculina em idade pediátrica no que se refere ao diagnóstico e abordagem clínica nos cuidados de saúde primários.

Resultados: Na maior parte dos casos, as anomalias da genitália externa masculina são apenas variantes da normalidade e/ou não afetam significativamente a função, necessitando apenas de vigilância clínica e não requerendo intervenção. No entanto, alguns casos – como epispádias, hipospádias e duplicação uretral − necessitam de intervenção cirúrgica e a ação precoce é essencial para o sucesso das medidas implementadas.

Conclusão: O exame físico é uma parte fundamental da avaliação da criança. As alterações no exame físico da genitália externa são, na maior parte dos casos, apenas variantes da normalidade. No entanto, os médicos devem ser capazes de reconhecer alterações patológicas e referenciá-las adequadamente, não sobrecarregando os serviços de saúde ou causando ansiedade desnecessária às crianças e cuidadores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Kumar P, Deb M, Das K. Preputial adhesions—a misunderstood entity. The Indian Journal of Pediatrics. 2009; 76:829.

Dias M, Silva A R. Genitais externos masculinos – patologia comum em idade pediátrica. AIMGF Magazine. 2014.

Hayashi Y, Kojima Y, Mizuno K, Kohri K. Prepuce: phimosis, paraphimosis, and circumcision. The Scientific World Journal. 2011; 11:289-301.

Wilcox D. Care of the uncircumcised penis in infants and children. 2019. (Cited 2019 Jul 12). Available from: https://www.uptodate.com.

Mota DM, Barros AJD. Toilet training: situation at 2 years of age in a birth cohort. Jornal de pediatria. 2008; 84:455-62.

Fleiss P. Protect your uncircumcised son. Mothering Magazine. 2000; 103:40-7.

Falcão BP, Stegani MM, Matias JEF. Phimosis and circumcision: concepts, history, and evolution. International Journal of Medical Reviews. 2018; 5:6-18.

Shahid SK. Phimosis in children. ISRN urology. ISRN Urol. 2012; 2012:707329.

Oliveira G, Saraiva J. Lições de Pediatrai Vol. II. Imprensa da Universidade de Coimbra/Coimbra University Press. 2017.

Van Howe RS. Cost-effective treatment of phimosis. Pediatrics. 1998; 102: e43.

Menezes B, Sassetti L, Prazeres V. Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil. 2013:1-121.

Choe JM. Paraphimosis: current treatment options. American family physician. 2000; 62:2623-32.

Tews M, Singer JI. Paraphimosis: Clinical manifestations, diagnosis, and treatment. 2019. (Cited 2019 Jul 12). Available from: https://www.uptodate.com.

Dees JE. Congenital epispadias with incontinence. The Journal of urology. 1949; 62:513-22.

Borer JG. Clinical manifestations and initial management of infants with bladder exstrophy. 2019. (Cited 2019 Jul 13). Available from: https://www.uptodate.com.

Spinoit AF, Claeys T, Bruneel E, Ploumidis A, Van Laecke E, Hoebeke P. Isolated male epispadias: anatomic functional restoration is the primary goal. BioMed research international. 2016: 6983109.

Nerli RB, Pujar VC, Patil RA, Jali SM. Modified Cantwell-Ransley epispadias repair in children our experience. Journal of the Scientific Society. 2015; 42:7.

Baskin LS. Hypospadias: Pathogenesis, diagnosis, and evaluation. (Cited 2019 Jul 17). Available from: https://www.uptodate.com.

Macedo AJr, Srougi M. Hipospádias. Revista da Associação Médica Brasileira. 1998; 44:141-5.

Baskin LS. Hypospadias: Management and outcome. 2019. (Cited 2019 Jul 13). Available from: https://www.uptodate.com.

Keays MA, Dave S. Current hypospadias management: Diagnosis, surgical management, and long-term patient-centred outcomes. Canadian Urological Association Journal. 2017; 11:S48.

American Academy of Pediatrics, et al. Timing of elective surgery on the genitalia of male children with particular reference to the risks, benefits and psychological effects of surgery and anesthesia. Pediatrics. 1996; 97:590-4.

Erdil H, Mavi A, Erdil S, Gumusburun E. Urethral duplication. Acta Medica Okayama. 2003; 57:91-3.

Trevino-Rangel R, Bodden-Mendozaa BA, Cantú-Salinasb N, García-Rodríguezc MA. Decision-making in the management of an incomplete urethral duplication in a young male. Medicina universitaria. 2015; 17:94-6.

Lopes RI, Giron AM, Mello MF, Neto CMB, Santos J, Moscardi PRM, Srougi V, Denes FT, Srougi M.. Urethral duplication type influences on the complications rate and number of surgical procedures. International braz j urol. 2017; 43:1144-51.

Brás-Silva C, Alves MC, Ribeiro JC, Santos AR. Fimose e Circuncisão. 2006.

Tekgül S, Riedmiller H, Dogan HS, Hoebeke P, Kocvara R, Nijman R, Radmayr C, Stein R. Guidelines on paediatric urology. European Association of Urology. 2013; 22.

Sonthalia S, Jha AK. Smegma pearl. Indian dermatology online journal. 2017; 8:520.

Faridi MMA, Kumar A. Prepucial Epstein Pearls: Revisited. Dermatology online journal. 2017; 8:520.

López-Cruz G, Pérez-Campos E, Hernandéz-Cruz P. Criptorquidia: Importancia del Diagnóstico Oportuno. Boletín Clínico Hospital Infantil del Estado de Sonora. 2007; 24:32-7.

Cooper CS, Docimo SG. Undescended testes (cryptorchidism) in children: Management. 2019. (Cited 2019 Jul 16). Available from: https://www.uptodate.com.

Cooper CS, Docimo SG. Undescended testes (cryptorchidism) in children: Clinical features and evaluation. 2019. (Cited 2019 Jul 16). Available from: https://www.uptodate.com.

Bouty A, Ayers KL, Pask A, Heloury Y, Sinclair AH. The genetic and environmental factors underlying hypospadias. Sexual Development. 2015; 9:239-59.

Virtanen HE, Bjerknes R, Cortes D, Jørgensen N, Meyts ERD, Thorsson AV, Thorup J, Main KM. Cryptorchidism: classification, prevalence and long‐term consequences. Acta Paediatrica. 2007; 96:611-6.

Chavarría O. Criptorquidia. Archivos de Pediatría del Uruguay. 2001; 72:286-7.

Niedzielski JK, Oszukowska E, Slowikowska-Hilczer J. Undescended testis–current trends and guidelines: a review of the literature. Archives of medical science. 2016; 12:667.

Ritzén EM. Undescended testes: a consensus on management. European Journal of Endocrinology. 2008; 159:S87-90.

Da Cruz Neto JS, Macêdo CC, Lins HLCC, Da Cruz LL. Criptorquidia: uma revisão sistemática da literatura de 2002 a 2012. Cadernos de Cultura e Ciência. 2013; 12:44-65.

Hutson JM, Hasthorpe S, Heyns CF. Anatomical and functional aspects of testicular descent and cryptorchidism. Endocrine reviews. 1997; 18:259-80.

Cytryn L, Cytryn E, Rieger RE. Psychological implications of cryptorchism. Journal of the American Academy of Child Psychiatry. 1967; 6:131-65.

Zaccara A, Spagnoli A, Capitanucci ML, Villa M, Lucchetti MC, Ferro F. Impalpable testis and laparoscopy: when the gonad is not visualized. Journal of the Society of Laparoendoscopic Surgeons. 2004; 8:39.

Brenner JS, Ojo A. Causes of painless scrotal swelling in children and adolescents. 2019. (Cited 2019 Jul 14). Available from: https://www.uptodate.com.

Brenner J S, Ojo A. Evaluation of scrotal pain or swelling in children and adolescents. (Cited 2019 Jul 14). Available from: https://www.uptodate.com.

Santoro G, Romeo C. Morphological and surgical overview of adolescent testis affected by varicocele. The Scientific World Journal. 2013.

Eyre R. Evaluation of nonacute scrotal conditions in adults. 2017. (Cited 2019 Jul 10). Available from: https://www.uptodate.com.

Downloads

Publicado

2021-04-06

Como Citar

1.
Costa DM, Pinto NT, Marinho AS, Pinto JM. Alterações ao exame físico do aparelho genital em idade pediátrica - o que é diferente nem sempre é patológico – Parte I (masculino). REVNEC [Internet]. 6 de Abril de 2021 [citado 20 de Julho de 2024];30(1):26-32. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/18708

Edição

Secção

Artigos de Revisão

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)