Apoio parental e competência parental percecionada − estudo de perceções parentais numa unidade pedopsiquiátrica de primeira infância

Autores

  • Catarina Garcia Ribeiro Serviço de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
  • Pedro Dias Serviço de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
  • Ivo Peixoto Serviço de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
  • Rita Ganhoto Serviço de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
  • Salomé Silva Serviço de Pedopsiquiatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
  • Pedro Caldeira da Silva Serviço de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v30.i2.20443

Palavras-chave:

apoio parental, competência parental percecionada, perceção parental, primeira infância

Resumo

Introdução: A Competência Parental Percecionada (PSE) tem sido associada a comportamentos parentais positivos e, consequentemente, promotores do bem-estar e desenvolvimento harmonioso da criança. A identificação dos seus potenciais determinantes continua a ser um foco de atenção em saúde mental ao avaliar as perceções e cognições parentais ou ao planear intervenções com os mesmos.

Materiais/Métodos: Este foi um estudo transversal com uma amostra clínica de uma Unidade de Pedopsiquiatria da Primeira Infância. Todos os pais de crianças avaliadas pela primeira vez foram incluídos e preencheram o questionário de Sentimento de Competência Parental (Parenting Sense of Competence); tradução portuguesa, α=0.75-0.83) e duas perguntas sobre a perceção de apoio recebido pelo outro progenitor e pela família de origem. Foram corretamente preenchidos 34 questionários. A perceção média de competência parental foi comparada entre ambos os pais e foi testada a correlação com as perceções de apoio. A análise estatística foi efetuada no software SPSS® versão 21 através de análise descritiva e correlação de dados (t-test e Pearson r).

Resultados: Um total de 34 questionários foram preenchidos. O Sentimento de Competência Parental não diferiu significativamente entre pai e mãe (73.44 vs 72.24, p=0.533). Os pais percecionam-se como mais apoiados, quer pela família de origem (5.09 vs 4.2, p=0.001), quer pelas mães (4.9 vs 4.09, p=0.011). Foi identificada no pai uma correlação positiva entre o Sentimento de Competência Parental e o Sentimento de Apoio pela Família de Origem (Pearson r=0.639, p<0.01).

Conclusão: Entre as mães, as perceções de apoio não se correlacionaram com o sentimento de competência parental. Contudo, a correlação encontrada entre os pais enfatiza como a respetiva família de origem poderá influenciar a tríade relacional. As perceções de apoio parental deverão ser exploradas ao considerar as relações horizontais intrafamiliares como um potencial mecanismo de influência das relações verticais, pela sua associação com a competência parental percecionada.

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Publicado

2021-06-30

Como Citar

1.
Garcia Ribeiro C, Dias P, Peixoto I, Ganhoto R, Silva S, Caldeira da Silva P. Apoio parental e competência parental percecionada − estudo de perceções parentais numa unidade pedopsiquiátrica de primeira infância. REVNEC [Internet]. 30 de Junho de 2021 [citado 5 de Março de 2025];30(2):92-8. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/20443

Edição

Secção

Artigos Originais